12.12.09


Zero grãos no papo da galinha
De volta a Alvalade, regressou o mau futebol e os maus resultados. Carvalhal defendeu uma recuperação lenta e gradual da equipa, mas o futebol continua miserabilista, e os piores defeitos da era-PB continuam todos, sem excepção, lá, jogadores incluídos.

45 minutos cheios de nada
Tal como era apanágio na era PB, um dos principais problemas desta equipa prendia-se com a mentalidade competitiva com que a equipa entrava em campo. Braga, Nacional, Olhanense, Paços, Porto, etc foram alguns dos exemplos de um Sporting que teimava em dar 45 minutos de avanço ao adversário, a maior parte das vezes tornando essa postura decisiva no resultado final.
Hoje, como dantes, jogamos ZERO em 45 minutos (nem sequer um remate!), muito por força do conservadorismo nas laterais, e da inabilidade táctica do miolo do meio-campo, onde 3 ‘organizadores’ de jogo se atropelam, e Matias deixa de receber a bola.
Pelo meio, num canto na esquerda, marcado com o pé direito, para a zona central da área, 7 jogadores do Sporting NÃO saltaram, e permitiram que Vinicius se antecipasse ao temeroso Patrício.
Durante os primeiros 45 minutos, Carvalhal foi incapaz de dar um abanão na equipa.

2parte, passamos a jogar com 10, depois de 45min com 8
No regresso do intervalo, Veloso deriva para a esquerda, entrando Adrien para varrer o miolo, e Pereirinha substitui Matias, para Vukcevic poder ‘aconchegar’ Liedson.
Depois de jogar 45 minutos com 8 (Abel, Caneira e Veloso nada fizeram…) Carvalhal optou por manter Abel e consequentemente apenas 10 homens para a 2parte.
Não me vou alongar sobre a comparação de Veloso no miolo, ou a defesa esquerdo, porque as evidências são gigantescas. A ver vamos se Carvalhal volta a bater no ceguinho na Figueira.
A saída de Matias, embora natural e já muitas vezes vista, revela bem a panelinha que PB deixou no balneário, e a vida difícil que Matias terá em Alvalade, enquanto Abel, Caneira, Polga, Veloso, Moutinho e Liedson tiverem lugar cativo, e continuarem a jogar como e onde querem.

Assalto final com Postiga no lugar de… Vukcevic!
Quando Abel estava à largos minutos a dar o berro, e pouco mais fazia do que atropelar o desinspirado Pereirinha na ala direita, Carvalhal joga a última cartada de forma temerosa. Postiga entrou para o mesmo dos últimos jogos, e Abel continuou a atrapalhar,
Na 2 parte o Leiria esteve meia hora a atacar com o ‘veloz’ Silas, e o Sporting manteve mesmo assim 3 defesas, mais Adrien como pivot, dando a possibilidade de o adversário defender sempre em superioridade numérica.
Para juntar a isto, Pereirinha falhou isolado o empate, e Liedson desperdiçou 3 lances claros de golo.

Forças desperdiçadas
O Sporting passou 45 minutos a passo e sem pressas. Na 2 parte, a cada queda de um adversário, a equipa e o seu treinador insurgiam-se veemente contra o árbitro. Para quando usar as forças para jogar 90 minutos de futebol?

De mal com a vida
Carlos Carvalhal está há poucas semanas no comando do clube, e terá naturalmente uma época inteira para melhorar este plantel e este miserável futebol que a equipa pratica. Mas se pensar um pouco perceberá o insucesso que a postura de vitimização do treinador anterior, e constatará que os sportinguistas não querem um treinador de mal com a vida, consecutivamente a reclamar de tudo e de todos, e a queixar-se de tudo menos dele!

Má arbitragem
Vasco Santos começou por evitar uma falta de André Santos sobre Matias, adoptando critério largo (ao contrário do habitual nos jogos dos rivais…), mas o Leiria marca um golo regular que é anulado, e ainda foi perdoada uma expulsão a Adrien, após uma dura entrada às pernas de Silas, em contra-ataque perigoso.



Bom fim na deslocação a Setúbal
Na 2ª feira passada o Sporting voltou a mostrar a tendência para vencer os últimos classificados desta Liga Sagres, e tal como já tinha acontecido em Coimbra, voltou a vencer, e outra vez por 2-0. Outro denominador comum foi Liedson, que em Coimbra tinha aberto o marcador após jogada inteligente de Vukcevic, e no Bonfim aproveitou o ‘melhor passe do ano’, da autoria de Matias, para fuzilar Nuno Santos.
A equipa vai apresentando melhorias, embora poucas, mas dominou todo o jogo a seu bel-prazer, e podia até ter sentenciado o jogo bem antes da rábula da época – uma bola meio metro para lá da linha de fundo passou despercebida a todos (!?!) e acabou de bandeja nos pés do Levezinho, que só teve de encostar. Anedótico.

O físico
Está definitivamente encontrado outro problema sério do Sporting – a vertente física está miserável, e os jogadores arrastam-se pelo terreno desde muito cedo.
Só assim se percebe que Izmailov, mesmo com falta de ritmo, já seja indiscutível, e que outros jogadores, outrora rápidos e desenvoltos pareçam peças estáticas e inúteis.

Pereira pequenino
Na época passada começou a despontar em Alvalade um ala direito com belíssimos pormenores – Pereirinha.
O jovem já tinha feito um golo memorável na antiga Taça Uefa, mas seria num derby de boa memória que, após sprint de 30metros, sentou David Luiz, e colocou a bola redondinha na cabeça de Liedson, que matou o jogo.
O Pereirinha deste ano realiza exibições de encher o olho nos sub-21 (como lateral direito no Algarve foi o melhor em campo do Portugal-Grécia) e no Sporting mais parece um morto-vivo, perdido no novo sistema. Para quando a aposta em Pereirinha para lateral, com a missão de fazer todo o corredor e permitir a Vuk apoiar Liedson, em desfavor de Abel ou PSilva que pura e simplesmente não passam do meio-campo?

O Miguel e o Veloso
Em mais uma fase de esquizofrenia futebolística, Miguel Veloso alterna exibições muito positivas, com outras que mais parecem um frete. No derby, já em funções de interior/ala esquerdo, Veloso apresentou-se dinâmico, empreendedor, capaz de ajudar no miolo, e de rematar amiúde. Frente ao Herenveen, e agora em Setúbal só não terá sido o pior em campo porque Carvalhal repetiu os laterais, mas chega a meter dó ver Veloso jogar parado e passar sempre a bola para o lado e para trás.
Sem fazer um drible, e sem ter velocidade, o que se pode esperar de Veloso nesta posição? Para quando a aposta em Veloso para lateral, com a missão de fazer todo o corredor e permitir a Izmailov apoiar Liedson, em desfavor de da estátua Caneira que pura e simplesmente não passou do meio-campo, nem com o Setúbal reduzido a 10?

Mexer (nos laterais)
Está não-oficialmente aberta a ‘reabertura’ de mercado. O Sporting irá, ao que tudo indica, apostar num moçambicano de nome Mexer, que é central de origem, mas que joga como 6 na sua selecção. Jovem, mas experiente, polivalente e essencialmente barato, Mexer virá certamente permitir que o Sporting tenha uma opção diferente para a posição mais recuada do meio-campo. Concordo que o 6 não deve ser Adrien (que deverá ser alternativa a Moutinho como 8…) mas penso que a equipa ganharia mais com Carriço nessa posição e na compra de um central alto e possante que melhorasse o péssimo jogo aéreo, defensivo e ofensivo, que a equipa ainda apresenta (embora parece estar a melhor!).
Mesmo assim penso que as maiores lacunas continuam a ser ambas as laterais (embora acredite nas apostas Pereirinha e Veloso) e é urgente reforçá-las (no Bonfim, em 25 minutos de superioridade numérica, nenhum dos centrais chegou uma única vez à área contrária...).

Pai Natal
Dos presentinhos que JEB vai prometendo, volto a repetir vários nomes, baratos e não-baratos, que facilmente encaixariam no plantel leonino – Desmarets, João Pereira, Moisés, Sereno, Diego Ângelo, Nuno Assis, Danny e Ruben Micael. Alguns seriam polémicos, mas não tenho dúvidas de que poderiam se rmuito úteis, E já estão todos mais do que adaptados ao nosso campeonato.




6.12.09

Apuramento sem mácula

Foi com uma exibição muito pobre, com uma 1ª parte péssima e uma 2ª parte pouco mais do que esforçada que o nosso clube conseguiu um apuramento, para já imaculado, na Liga Europa, e que garante desde já o 1º lugar no grupo, e o evitar de alguns adversários incómodos, dos quais se destaca evidentemente o L’pool.

Como se a má exibição não bastasse, e as opções de Carvalhal se mostrassem desajustadas (Matias não rendeu na direita, Postiga não parece render em lado nenhum, e Veloso perdeu-se em quedas e queixinhas… para não referir os péssimos laterais…), as declarações de Liedson vieram entreter os media nos dias que se seguiram ao apuramento, e trouxeram à baila a influência do ‘brasileiro’, pretensamente um dos mais acérrimos pró-PB, com tudo o que isso implica.


Declarações Levezinhas

O 31 declarou no final do jogo que é difícil jogar sozinho, e que o seu caso não é excepção. Pior que isso, deu a entender que talvez seja boa ideia parar (?!?) por umas semanas, dando lugar a outros. Se o entrevistador fosse esperto, talvez até Liedson dissesse que agora que não é extra-comunitário e já joga na selecção, o esquema táctico do Sevilha lhe agrada mais do que este 4-2-3-1 de CC.
Não me preocupam as declarações do Levezinho, ou pelo menos não me preocupam tanto como me preocupa a pouca capacidade da equipa em chegar ao ataque, muito por culpa dos péssimos laterais, e de erros de casting nas alas ofensivas, que nem fazem a diferença nas alas, nem conseguem acompanhar o melhor avançado-centro – esse mesmo, Liedson.

4-2-3-1, a receita do Special Two

Concordo plenamente com o actual sistema táctico, e penso que terá tudo para ter sucesso, quando for interpretado pelos melhores, e provavelmente por alguns reforços de Janeiro.
No momento, Carvalhal estará a trocar a fiabilidade pela criação de rotinas. E acredito que quem não se ajustar terá os dias contados.
Neste ponto, a questão específica dos laterais é imperiosa, e aqui começam os problemas para Liedson, e uma crítica simplista a Carvalhal. Pedro Silva está gordo, lento e desajustado a defender. Abel não compromete tanto a defender, mas ataca muito pouco. Ora se neste esquema os laterais tem que ser ofensivos, e chegar à linha de fundo, o que espera Carvalhal para lançar Pereirinha de vez, na única posição em que poderá um dia ser um jogador de nível europeu? Na esquerda o problema não é menor – Grimi e Marques são fracos, e Caneira é um contra-senso no sistema táctico, dadas as suas características. A solução passa, pelo menos para já por Veloso.
Para o miolo do terreno, Carvalhal já mostrou Adrien e Moutinho como preferenciais, e Matias como 10. As alternativas praticamente não existem, mesmo que Rabiu possa, a curto prazo ser alternativa, provavelmente a Matias.
Para os 3 da frente, assumindo Liedson no miolo, há 2 escolhas óbvias – Izmailov e Vukcevic. É certo que Carvalhal ainda não teve os 2 disponíveis em simultâneo, e no derby Veloso nem se saiu mal, mas no plantel apenas Yannick (também lesionado) e Caicedo me parecem com capacidade de alternar com os 2 alas de leste.

A importância de Janeiro

Dos parágrafos anteriores conclui-se facilmente que o plantel precisa de um LD, um LE, um trinco duro que varra o miolo, um médio centro, e um ala que preferencialmente jogue em ambas as alas. A disponibilidade de Pereirinha e Veloso poderá permitir um central com outras características que não existam no plantel, mas a tarefa de Carvalhal, ainda para mais com as conhecidas debilidades financeiras, será difícil, e até Janeiro, o caminho será penoso!


1.12.09

Jogou-se no passado sábado um importante derby, que acabou com um nulo desolador, mas em que foi possível testemunhar a retoma do caminho do sucesso da nossa equipa, agora comandada por Carlos Carvalhal – o Special Two.

Não era fácil a tarefa do Sporting, goleado durante toda a semana por uma imprensa capaz de devorar por um resultado histórico, e pelos adeptos do adversário, capazes de apostar a própria mãe na vitória do seu clube. Afinal de contas, até Paulo Bento garantiu, uma semana antes que o plantel do Sporting era limitadíssimo, e que Porto e Benfica gozavam de outras regalias que jamais ele próprio dispôs, e garantiu inclusive que Sá Pinto lhe era persona non grata, deixando no ar a ideia de que o antigo capitão leonino sempre esteve empenhado em criar condições para que PB abandonasse.

Antes do derby, a dúvida pairava entre muitos golos, ou muitos muitos golos, quiçá até mais do que 7, de forma a atirar para trás das costas o inesquecível trauma de Dezembro de 1986 que persiste na memória de todos.

Enganou-se a imprensa, os adeptos vermelhos, e Jorge Jesus, o mestre da táctica, que entrou de peito feito, e saiu sem grande alarido, gritando a vivos pulmões que o adversário se estava a despedir do título, mas que até tinha conseguido um bom resultado, dado o estado do relvado, e a classificação geral (!?!?).

No que nos diz respeito, Carvalhal começou a demonstrar porque foi escolhido para o comando técnico. Prometeu garra e empenho, uma EQUIPA, 11 leões. E cumpriu. Não deve estar a ser fácil reencorajar um plantel dizimado moralmente por tudo o que disse nas ultimas semanas, mas a equipa parecia outra, e já é notório que com poucas mas acertadas mudanças, o futebol é outro.

Continuam a faltar laterais capazes de oferecer fluidez ofensiva ao sistema (que poderão, noutros jogos mais acessíveis virem a ser Veloso e Pereirinha), Adrien não tem naturalmente ritmo de jogo para um derby onde teve pela frente Aimar e Ramires, e faltam rotinas ofensivas, que aparecerão com o tempo. Polga parece estar de volta, e Izmailov não tardará. Com vitórias e golos, teremos tudo para recuperar na tabela classificativa e quem sabe lutar por um lugar cimeiro. Ainda há a Taça de Portugal, a da Liga e porque não ser ousado e dizer que podemos chegar longe na Liga Europa?

Um último reparo para a integração de Rabiu Ibrahim no plantel sénior. Apenas vi o jogador em acção no Mundial de sub-17 (onde esteve em particular destaque, jogando e fazendo jogar a selecção campeã do Mundo) e há umas semanas no Mundial sub-20 (onde não foi habitualmente 1ªopção mas marcou na única vez que jogou como titular). O jogador parece ter muito potencial, é muito experiente, pois sempre jogou com frequência em escalões acima da sua idade, e é uma alternativa a Matias, que não existe no plantel. Só não se percebe porque demorou tanto esta oportunidade para vingar!



25.11.09

Com a visita ao Restelo, para defrontar o Pescadores da Costa da Caparica, iniciou-se novo ciclo na vida do futebol profissional do clube.

Carlos Carvalhal, o novo timoneiro, não promoveu muitas alterações (em especial nos nomes) mas já foi mostrando que quer uma equipa em 4-3-3, mais afoita ofensivamente, mais exigente com os laterais, de bola pelo chão, e com um meio campo lutador mas simultaneamente capaz de ajudar Liedson no ataque.

Embora o resultado mostrasse o contrário, o Sporting dominou claramente a 1ª parte, teve boas ocasiões, e acabou por sofrer um golo numa das únicas duas jogadas de perigo contrário, onde a habitual passividade defensiva de Veloso, um escorregão de Polga e um ressalto permitiram um remate bem colocado que deu golo.

Para a 2ª parte, uma simples mudança voltou a fazer o Sporting jogar com 11 (jogar com Grimi é pior que jogar só com 10), colocou Veloso onde mais rende, fez o mesmo com Moutinho (boa exibição do capitão, que pareceu outro!) e deu apoio precioso a Liedson, um pouco perdido no meio de 5 contrários.

Os golos apareceram com naturalidade, e a vitória poderia ter sido ainda mais volumosa.

Pela negativa, a expulsão de Tonel, e a ausência por castigo de Carriço que não deixou perceber se o jovem central será a solução para a posição 6 no futuro.

Segue-se o Carnide, ferido na asa por um Vitória defensivo, concentrado, rápido em contra-ataque, mas que pecou na finalização, e na pouca habilidade técnica na frente de ataque. A receita é simples no papel, resta saber anular Cardozo, e lançar o terror numa defesa adversária sem liderança.

No Restelo voltou a fica provado que com os melhores nas posições certas o Sporting vale muito mais do que parece, e que 4 reforços cirúrgicos poderão relançar os leões na luta pelo título (Desmarets, Sereno, Micael ou Assis e Carlão ou Danny seriam suficientes, apostando em Pereirinha para a ala direita).


19.11.09


Plantel 2009,5/2010

Este é um daqueles momentos que nenhum adepto gosta, mas em que todos dariam 2 semanas de vida para estar no lugar de Carlos Carvalhal, o Special Two, e mudar ‘tudo’ no Sporting.
Eu não mudaria tudo, mas apenas uma coisa aqui e ali.

De seguida será apresentado o plantel de PBento, disposto no seu inesquecível losango, e depois a minha táctica, que autorizo desde já a ser copiada por Carlos Carvalhal, que já me endereçou os parabéns por este blogue, e me incentivou a continuar a elogiá-lo, principalmente quando ele perder um ou outro jogo.

Como dispensava alguns jogadores, vou fazer o difícil exercício de contratar uns tipos baratos e jeitosos para preencher as lacunas das dispensas.

Ora vejam:



O novo plantel ficaria com 24 elementos. Nove novos jogadores e 1 promovido dos juniores. Sereno e Desmarets serão baratos uma vez que estão em final de contrato. Danny, não sendo essencial, poderia vir por empréstimo. Gutierrez também, mas com opção de compra. De Micael deveríamos comprar metade do passe (o exemplo do negócio de JAlves é perfeito…). O mesmo deveria acontecer com Fábio Faria. Hugo e Borges, ambos do SPaulo, estão a livres em Janeiro. Resta Buonanotte, do qual poderia ser comprada uma parte pequena do passe.

Se conseguíssemos meter o Miguel Veloso a alguém, o dinheiro quase dava para tudo. Os salários dos 10 dispensados seriam superiores aos dos reforços, não tenho a menor dúvida.

Deveríamos jogar com um trinco defensivo, capaz de auxiliar a defesa no jogo aéreo e permitir a subida de laterais ofensivos, que por sua vez permitiriam aos alas jogar preferencialmente pelo interior, no apoio alternado a Liedson. A frente de Carriço jogariam 2 médios box-to-box, um mais defensivo (aposição natural de JM28) e outro solto (preferencialmente Matias). Buonanotte e Danny poderiam jogar em qualquer uma das alas.

Carvalhal, agora é só treinar os meninos, e ganhar. Ganhar sempre.


17.11.09



The Special Two

O destino estava traçado desde 2001, altura em que o Special One (entretanto transformado em Il Speciale) delineou o destino de… Carlos Carvalhal. O Zé terá dito – “Se alguém me pedir um conselho sobre um treinador, o meu 1º nome será Carlos Carvalhal.”

Ainda amargurado por fazer parte do núcleo da recusa ao então jovem José Mourinho, agraciado por Luís Duque, José Eduardo Bettencourt, o presidente-espasmo a quem o futuro trará um lugar na História, e uma estátua em mármore (o cabelo assim o pede!), apressou-se a trazer para o nosso clube um treinador da escola de Mourinho.

Tentou Villas-Boas, num tiro no escuro apenas comparável ao da promoção do então técnico dos juniores Paulo Bento, mas esbarrou nas pretensões faraónicas da Associação Académica de Coimbra. Sei de fonte segura que a AAC pediu 1,2M€, mais a cedência definitiva de Saleiro e o empréstimo de Diogo Rosado e Wilson Eduardo, por época e meia, com salários pagos pelo Sporting, e que o Sporting contra-atacou, propondo à AAC, pela desvinculação de André Villas.Boas, 1,2M€, mais Stoijkovic, Abel, Tonel, Grimi, Marques, Veloso, Ângulo, Postiga e Saleiro, todos a título definitivo, mais o equatoriano Caicedo, por empréstimo até final da época em curso. O negócio envolveria ainda uma carta de recomendação para Paulo bento poder assinar pelos estudantes. A AAC recusou gentilmente.

Sem chegar a acordo por Villas-Boas, o Sporting virou-se para o quase-3º melhor técnico português da actualidade – Carlos Carvalhal. Escolha acertadíssima.

Depois de transformar Paulo Bento no melhor treinador português dos últimos 4 anos e meio, o Sporting viu André Villas-Boas chegar ao 2º lugar da mesma classificação, 2 dias depois de ser alvo da chacota pública de ser o treinador português, no activo, com menos derrotas para o campeonato (apenas 1 e no Dragão!), bastando para isso que tivesse engolido o desejo, e proclamado a vivos pulmões que está de corpo e alma no projecto-AAC.
Carvalhal não é ainda o 3º melhor português da actualidade, pois acabou mesmo por aceitar treinar o Sporting. Se não fizesse, já seria o 3º melhor, e quase o 2º, pois até Junho ficará sempre a ideia de que Villas-Boas poderá estar ao virar da esquina, a preparar o ingresso no Sporting, a custo-zero. Como é bonito o futebol.

Desejo a Carvalhal a melhor sorte do Mundo. Sempre o tive em consideração, principalmente depois de o ter encontrado na Fnac do Braga Parque, na secção de leitura. Não esperava este tipo de gostos de um ex-jogador da bola, agora treinador. Estudioso? Sei lá.

Vem aí um aperitivo frente aos Pescadores, e um prato forte contra o Carnide. A mim resta-me apoiar, e esperar que o Mister meta o Veloso a defesa esquerdo, e o Carriço a trinco. Não haverá possibilidade de estar no Restelo para a estreia, mas vou a Alvalade no sábado seguinte. Eu e mais 7 ou 8, todos de Braga, para ajudar a encher Alvalade de Leões.
E vou comprar uma camisola de Matias Fernandez, porque o rapaz joga que se farta. Só mando estampar o 14, mas fica o registo.
E vou também comprar as gameboxes do andebol e do futsal! Não devo conseguir ir quase nunca ver os jogos (Braga fica mesmo longe!) mas fica o gesto, e o apoio singelo às modalidades que tanto prezo no Sporting.



P.S. - para os que me acham tendencioso, fica o registo – Jorge Jesus não é o melhor treinador português, é o melhor espanhol, e o Real Madrid é o limite, e Jesualdo Ferreira, tal como Queiroz não é treinador, é Professor. De Mourinho não falo, enquanto não pedir desculpas ao Rui Jorge.



12.11.09


O meu treinador

Muito se especulou (e especula) sobre o próximo treinador do nosso clube.

Quem corre a blogosfera, em especial as dezenas de bons
blogues dedicados maioritariamente ao nosso clube, e as suas caixas de comentários, percebe em poucos minutos como é impossível que o próximo treinador do Sporting seja consensual.

Se por um lado, o nome de Sá Pinto para director desportivo, parece agradar a uma vasta maioria (e por vezes este consenso até se torna prejudicial…), as preferências sobre o treinador são divergentes.

De Manuel Cajuda a Manuel Machado, dois dos mais ‘fracturantes’, passando por Manuel José (o mais laureado dos Manéis) e pelo eterno Manuel Fernandes, todos os técnicos possuem características, e capacidades para trazer mais valias ao clube. No entanto, é inegável que alguns deles terão também limitações, e acima de tudo dificilmente devolveriama ilusão, a jogadores e principalmente adeptos, que, na minha opinião, é claramente o click que falta ao clube.

De nomes além-fronteiras, muitos e bons foram referenciados. Tenho dúvidas que algum dos referidos (exceptuando Co Adrieense e Scolari) optasse por vir para Alvalade (eu também gostaria de Marcelo Bielsa, de Juande Ramos ou de Rafa Benitez, mas sonho pouco!!!) nas condições actuais, e o natural desconhecimento do campeonato, poderia hipotecar uma rápida melhoria, com a condicionante adicional de o próximo jogo ser frente ao eterno rival.

Deixei para último André Villas Boas, que na imprensa de hoje é já a solução unânime. Será um treinador que devolverá a esperança, que conhece o campeonato e os adversários, e que poderá ter um futuro brilhante pela frente.
Romperá certamente com a pouca auto-estima que vagueia por Alvalade, e trará uma nova mentalidade.
Terá o meu apoio, como teve Paulo Bento durante 3 anos, e como teria qualquer outra escolha. Para mim o treinador do Sporting começa sempre por ser o melhor do Mundo. Mas não espero, venha quem vier, milagres.
Espero apenas Esforço, Dedicação e Devoção. A Glória virá como consequência. E seremos grandes, tão grandes como os maiores da Europa…


10.11.09

Mais uma jornada, mais um passo assente nesta aparente normalidade de más exibições, perdas de pontos, e consequente descida na classificação.
Em Vila do Conde, um início mexido, e um lance de classe de Matias pareciam ser uma amostra de mudança, que Postiga podia ter confirmado e um outro que Moutinho soube realizar, perante uma oferenda patética de um defesa vilacondense.

Ao intervalo, longe de realizar uma exibição de encher o olho, o Sporting era justo vencedor, por margem clara, e o adversário quase não tinha criado perigo. Nesse mesmo intervalo Leonel Pontes trocou o ‘inexistente’ Vukcevic, pelo inacreditável Ângulo.

Pior que trocar nulidade por nulidade, a mentalidade tacanha, a desconfiança nas próprias capacidades, e o useiro e vezeiro ‘controle de resultado’, marca profunda do legado de Paulo Bento, fizeram a nossa equipa jogar para trás e para o lado, recuar, e consequentemente expor-se ao adversário.

15 minutos bastaram para o Rio Ave empatar, e, reduzidos a 10, em mais um critério curioso do Senhor Artur Soares Dias, voltarmos a ir à procura do resultado.

Este Sporting não consegue jogar senão estando atrás do resultado.

É urgente mudar a mentalidade da equipa. É urgente acabar com os discurso de que os nossos jogadores são maus, e muito piores que os outros, porque ainda ontem eu não vi, sinceramente nenhum jogador no adversário que fizesse falta à nossa equipa.


6.11.09

Fim de ciclo

Terminou hoje, pela manhã um ciclo de mais de 4 anos, com Paulo Bento ao leme do nosso clube.
Usando palavras do próprio, o ciclo acabou (pelo menos) 4 meses depois. Mesmo sem se perceber porque razão PB afirmou já ter a decisão tomada, e mesmo assim ter entendido comandar a equipa frente ao Ventspils, o jogo ter-lhe-á dado razão, e a demissão surigiu nessa mesma noite, depois do ‘teatro’ no flash interview.

Já hoje, após as declarações de PB, o Presidente teve mais uma curiosíssima manifestação emotiva. Ficou a saber-se, pela voz do próprio, que jamais despediria PB, invocando 2 razões – valores e carácter.
Por estranho que possa parecer, JEB nunca falou de resultados, de exibições ou tão pouco de títulos.
Foi perdida, portanto, a oportunidade de saber-mos se JEB apreciou o futebol da equipa, se JEB considera aceitáveis 13 pontos em 23 possíveis, ou mesmo 9 golos marcados em 9 jogos, 5 deles em Alvalade. Em suma, sobre PB treinador, nem uma única palavra.

De forma inexplicável, pelo menos para mim, ficamos a saber que o treinador do Sporting era avaliado, única e exclusivamente pelo seu carácter. E justiça lhe seja feita, por esse prisma, concordo que PB seja dos melhores treinadores do Mundo, e a cobardia dos muitos que pululam no universo Sporting, permitiram que PB mostrasse o seu carácter até vezes de mais.

Embora não conheça a totalidade das pessoas que querem ser treinadores do Sporting, posso concluir que, a manterem-se os critérios na avaliação da equipa técnica, o treinador desejado para o nosso clube seja o Padre Vítor Melícias, com o Cardeal Patriarca de Lisboa como adjunto, Maria de Belém Roseira a directora desportiva, e Maria José Nogueira Pinto e Manuela Ferreira Leite no departamento físico.
Aproveito o momento para agradecer a Leonel Pontes pelo favor que nos faz (palavras do Presidente) em treinar o Sporting num período de transição. É de louvar que tão nobres assalariados do clube nos prestem tão grandes favores.

A penúltima palavra para os adeptos (como eu) deste tão grande clube, com mais de 100 anos de História – embora não tenham tido a fortuna de serem incluídos no discurso de agradecimentos de Paulo Bento, este clube continua, pelo menos nos próximos tempos, a ser vosso. Lutem por aquilo que um dia se escreveu – “Tão grande como os maiores da Europa!”, e não desistam nunca, nem tão pouco se deixem contentar com a mediocridade que teimam em nos querer servir, sob as mais variadas desculpas e justificações.

Despeço-me agora de Paulo Bento. Agradeço-lhe o esforço e a dedicação que sempre empregou ao serviço do clube, e a forma corajosa como o defendeu, quando nenhum responsável teve a seriedade de dar a cara pela equipa ou pelo clube.
Não o considero um bom treinador, mas tenho a certeza que procurou sempre o melhor para a sua equipa e para o clube.
Desejo-lhe as maiores felicidades, em qualquer clube, desde que claro, elas não interfiram com a felicidade do meu clube. Até sempre.



Inenarrável.
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3.11.09


Noite fria de domingo, empate simplório, agudizado pelo falhanço clamoroso no último minuto, que pouco ou nada mudaria no global, mas que teria o dom de aligeirar o discurso.
O Sporting não terá jogado tão mal como noutras vezes (o que é bem diferente de ter jogado bem, ou sequer a um nível aceitável), terá lutado mais (o que não é sinónimo de ter lutado o suficiente) e terá criado mais ocasiões de golo do que faz habitualmente (embora não tenha criada as suficientes).
O adversário marcou um grande golo (pese embora a passividade de Moutinho) mas também o Sporting marcou um grande golo (Matias) fruto de uma asneira dupla da defesa contrária.

No final, os assobios substituíram os aplausos com que os adeptos brindaram os jogadores durante 94 minutos. Uma manifestação curiosa dos 5% de adeptos do Sporting que habitualmente criticam por criticar, e desta vez estranhamente se mantiveram 94 minutos sem cometer qualquer acto terrorista.

JEB continua a defender o treinador (e está no seu direito, de Presidente eleito com 90% dos votos!), e o treinador continua a defender-se a si próprio, repetindo vezes sem conta que, mesmo não praticando um futebol de qualidade, as criticas dos adeptos são personalizadas, e que isso até é bom, porque deixa mais espaço para os jogadores.
Devemos pois concluir que a pequena minoria que não está contente com este Sporting, está essencialmente contra a pessoa JEB, a pessoa PB, e a pessoa PBarbosa. Hilariante. Os resultados e o futebol praticado é secundário.

O Sporting, por culpa de um orçamento que não permite contratar bons jogadores, e obriga, por exemplo, Moutinho a marcar (mal) todas as bolas paradas do jogo, por culpa de um plantel sem qualidade mas no qual não existia lugar para Hugo Viana, está no 7º lugar, com 13 pontos, a apenas 12 do líder, o SCBraga, cujo orçamento é muito maior que o nosso, e cujos jogadores são estrelas cobiçadas todas as semanas pela Liga Inglesa.
Continuamos na luta pelo título (matematicamente poderemos perder os próximos 10 jogos e ainda lutar pelo título, o que torna esta expressão uma das maiores falácias do momento) e, em palavras destacadas do próprio treinador, com um óptimo desempenho nas outras metas para esta época – somos 1º classificado destacado na Liga Europa, num grupo com os colossos Hereenveen, Hertha e Ventspils, e já despachamos o poderoso Penafiel da Taça.
Se alguém me dissesse hoje, que no início da época JEB tinha realçado a necessidade de aumentar a exigência perante os profissionais que representam o nosso clube, sorriria.

Numa perspectiva prática, 5ª feira consumamos o apuramento na liga Europa, e provavelmente em Vila do Conde voltaremos a ter enormes dificuldades em vencer. E depois vem o derby.

O autismo vigente no Sporting tem arrastado o clube para uma mediocridade gritante, agora também com a total passividade do Presidente. Não se vislumbram melhorias, muito menos medidas de qualquer espécie.
A única novidade são os terroristas, e a minoria tumultuosa que mora na corte, porque quem é de longe, apoia incondicionalmente. Eu sou de Braga.


Pelos vistos o Sporting vai ser o vencedor do campeonato nacional de juniores, 5 meses depois, quando até os próprios jogadores já se deviam ter esquecido do quão caricato foi a situação. Eu não estou contente, nem triste – por mim, todos os que atiraram pedras e puseram a integridade física de alguém em perigo deveriam ter sido presos e julgados, e o jogo deveria ter sido reatado, ou repetido no dia seguinte, sem a permissão de entrada da claque encarnada que desencadeou a situação vergonhosa.



28.10.09


Jogou-se ontem nova cartada primordial nas aspirações do Sporting, no que à Liga Sagres diz respeito. Com o atraso actual, qualquer jogo terá, de agora em diante, ‘carácter decisivo’…

Sem surpresas de maior, a equipa voltou a entrar mal montada (pela enésima vez!) e repetiu na 1ª parte as sofríveis exibições das últimas semanas, mostrando na 2ª parte um pouco do que se pode conseguir mudando algumas teimosias, e fazendo os jogadores jogarem para a equipa, e não contrário, como acontece com alguns.

Na minha humilde opinião, de quem nunca treinou equipa alguma de futebol, e mais não faz do que seguir o Sporting, as suas diferentes equipas treinadas por diferentes treinadores religiosamente há mais de 25 anos, os lapsos técnicos essenciais resumem-se a:

- fraco defesa direito, que só defende e pouco.
- inenarrável defesa esquerdo, que não ataca e não defende, e joga de charuto (?!?).
- Veloso é o pior trinco do campeonato: não defende, não recupera, pisa terrenos que desequilibram a equipa e não coloca NUNCA a bola jogável ao 10 (Matias).
- Moutinho já só rende a 6.
- Vuk perde-se colado à esquerda.
- Liedson não pode jogar longe da baliza.
- a equipa é permeável nos lances aéreos, muito por culpa da deficiente ajuda dos laterais.

O mais óbvio parece ser assumir por completo que o plantel não tem valia e que, posto isto, temos que comprar um defesa direito, outro esquerdo, um trinco, e eventualmente um interior esquerdo. Nada disso – seria mais uma vez deitar dinheiro fora, quando a solução está, quase toda, no plantel. E ontem, isso comprovou-se em 45 minutos.

Os próximos parágrafos poderão deixar a entender que a 2ª parte do Sporting foi óptima. Longe disso. Foi apenas o mínimo aceitável para uma equipa que, pretensamente, é candidata ao título.

Ao intervalo, depois de uma 1ª parte má de mais para ser descrita, Paulo Bento mudou Grimi por Pereirinha. A troca pode não parecer contundente, mas foi. Saiu o pior em campo, entrou um jogador rápido, fresco e que pressiona. A equipa ficou com o seu melhor defesa esquerdo a jogar a defesa esquerdo, e com Moutinho a trinco. Numa substituição, 3 boas alterações (eu, no lugar de PBento, teria feito entrar Adrien, colocaria Moutinho como interior esquerdo a fazer 2 no meio-campo, Veloso em todo o corredor, e Vuk como interior direito, mas eu não percebo nada disso).

Como que por milagre, o Sporting passou a ter bola (em especial Matias, que considero um óptimo valor!) e o adversário, mais pressionado, deixou de sair a jogar. Com o domínio do jogo, e com individualidades superiores começou a perceber-se que a equipa podia marcar. Embora tal acontecesse numa habilidade de Matias, com inteligência de Liedson, foi apenas o fruto das alterações (na altura já com Saleiro no lugar de Postiga, e este a deambular pelas faixas laterais, onde Vuk se tinha perdido…)

Os últimos 10 minutos são essencialmente reflexo de o Sporting não ter atacado o jogo desde início, e chegar ao final a vencer pela margem mínima – a que se acrescenta a motivação dos jogadores vitorianos, bem apoiados pelo seu público.
Com confiança e espírito de vitória, o Sporting teria feito mais golos, e não recuaria depois do golo.

A exibição global voltou a ser pobre, e o resultado não permitiu ganhar pontos, nem ao Braga. O título é ainda mais uma miragem, mas já pouco importa. Ganhar uma equipa este ano já seria muito bom. Mas com estes mesmos jogadores, é possível fazer MUITO mais. Não tenho dúvidas.



Antes de terminar, não posso deixar de dedicar um parágrafo ao nosso novel Presidente. Desde que, aquando da nomeação de Duarte Gomes para o Dragão, e consequente achincalhamento por parte do mesmo, se referiu ao abuso dizendo que tinha confiança na competência de Vítor Pereira que considero que o Sporting tem as arbitragens que pede e merece.

Sem coincidências, os voos planados transformados em penalty serão sempre os de Aimar e Saviola, e as cotoveladas e pontapés que passam impunes, os de Bruno Alves. Para nós restam arbitragens como a de ontem – um golo mal anulado a Caicedo, um mergulho de Alves que todos os comentadores dão por penalty, porque houve contacto, não interessando se o jogador vitoriano já ia em queda ou não, e um milhar de faltas, sempre para o mesmo lado, sempre bem perto da área, para testar a maior fraqueza do Sporting.
Sr. Presidente, continue a ser bonzinho para com Vitor Pereira e com os árbitros, que eles bem o merecem.


23.10.09

Comecemos pelo essencial:

- 3 jogos, 3 vitórias, 9 pontos
- 7 jogos sem perder na Europa (recorde)
- qualificação quase garantida

O Sporting deu ontem substancial passo na qualificação para a próxima fase da Liga Europa, bastando agora uma vitória caseira frente ao modestíssimo Ventsplis para carimbar o apuramento.
Não menos importante, o Sporting poderá poupar os seus principais jogadores nas 2 jornadas seguintes, uma delas incluindo uma viagem a Alemanha, já no mês de Dezembro.

Inevitavelmente, o acessório:

Voltamos a fazer um jogo miserabilista, fugindo à mediocridade apenas durante os primeiros 25 minutos da 1ª parte, onde não conseguimos marcar um 2º golo que poderia tranquilizar a equipa.
A forma como a equipa se arrastou durante meia hora na 2ª parte, sem ideias, sem capacidade de articular uma única jogada, chega a fazer confusão, se pensarmos que a equipa técnica está há 4 anos no clube, e o 11 inicial contou apenas com 2 reforços, sendo um deles (Matias) dos poucos que procura jogar a bola de pé para pé, trocando-a rapidamente, perante o deserto de ideias dos restantes companheiros.

A equipa continua a ressentir-se da ausência ofensiva dos laterais (que mesmo assim são buracos a defender, em especial Grimi, que parece estar a jogar num clube amador, e já deterá certamente o record de charutos/jogo), da indisciplina táctica de Veloso (que nunca será um bom trinco, custe o que custar…) da má forma evidente de João Moutinho (perante a insistência de PB em o colocar a jogar em todo o lado!), de um Vuk preso à linha (quando joga no miolo, solto, a música é logo outra…), de um Matias incapaz de pegar no jogo da equipa (porque o resto do meio campo simplesmente o ignora) e de Liedson demasiado longe da zona de remate.
Ontem, a tudo isto juntou-se uma paragem cerebral de Tonel.
Para juntar ao pagode, PB tentou ‘virar’ o jogo com Ângulo, que simplesmente não chega a mexer-se (o último lance do jogo é bem ilustrativo do que vale o espanhol!).


Terça-feira vamos jogar a Guimarães. Chegaremos lá com 11 pontos de atraso para o Carnide, 8 para o Porto e provavelmente 13 para o Braga. Tudo que não seja um vitória, de preferência clara, será o terminar de uma época ainda em Outubro (porque segundo PB, o principal objectivo continua a ser a Liga Sagres).
Pelo menos ate 3f poderemos rejubilar com a liderança na Liga Europa. Depois, a ver vamos…
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20.10.09

Por sorte

Vivemos tempos estranhos no Sporting Clube de Portugal. Nunca como agora existiram opiniões tão diametralmente opostas em relação à equipa técnica como nos dias que correm, e as minhas memórias lúcidas já percorrem 25 de história.

É indiscutível que nos últimos 25 anos houve treinadores que não tiveram tempo para explanar as suas qualidades em Alvalade, e o maior dos exemplos terá sido mesmo Sir Bobby Robson (o exercício vale o que vale, pois o treinador poderia nunca ter conseguido qualquer título, mas como os conseguiu num rival, fica sempre aquele travo amargo…).

Muitos dos treinadores do Sporting pós-‘Big’ Malcom Alisson tiveram pouco tempo, na maioria dos casos pouca matéria-prima (aqui excluo definitivamente Carlos Queiroz) e quase sempre 2 adversários de peso nas competições nacionais. O surgimento nacional do FCPorto como o clube com óbvio domínio, e a manutenção do Benfica como clube de topo.

Há 15 anos surgiu do outro lado da 2ª circular Artur Jorge, que acabaria por conseguir coisas bonitas – colocou o clube encarnado na mediocridade banal, e abriu caminho aos piores 10 anos do (ainda) clube mais titulado do país. Sem precedentes, nos últimos 15 anos o Benfica conseguiu menos títulos que o Sporting, e tantos como o Boavista. Sintomático.
Embora o Porto dominasse a seu bel-prazer o panorama nacional, foi perante a mediocridade alheia que o Sporting ressurgiu. Com os tão badalados 2ºs lugares a equipa voltou à Champions League (à altura ainda recente competição…) e muitas vezes foi o principal adversário do Porto.

A 14 de Maio de 2000, o Sporting conseguiu mesmo quebrar o longo jejum que se arrastava desde 82, com um plantel simples, retocado cirurgicamente no natal, e com um 11 de garra, e um GR que impunha respeito a tudo e a todos. O penta azul, e Jardel apenas adornaram ainda mais o significado do título.

Pouco depois o Sporting ‘perdeu’ a cabeça e reforçou-se (arrisco a dizê-lo) da forma mais agressiva de que tenho memória (mesmo sem o mediatismo das ‘unhas’ de JGonçalves) e trouxe para as suas fileiras nomes consagrados como João Pinto, Dimas, Rui Bento, Sá Pinto e Paulo Bento. Seria o início do rumo a um título em que pela 1ª vez em muitos anos o Sporting jogava bom futebol, possuía os melhores jogadores e era o ataque mais produtivo. O slogan ‘Só eu sei porque não fico em casa’ encaixava na perfeição.

O efeito Jardel, e a incapacidade posterior deitaram por terra uma assinalável recuperação no clube, que neste trajecto foi pioneira nas SAD’s, nas Academias e nos novos estádios. O topo foi indiscutivelmente atingido em 2002, e daí para cá, tudo vem piorando.

Nos dias de hoje quase pode dividir-se entre os que apoiam cegamente Paulo Bento, e os que o consideram como parte óbvia e mais visível do problema.
Desde o início da época que temos vindo a assistir a um descair da balança contra o actual treinador, muito por culpa das exibições e resultados, mas na realidade, o projecto Sporting parece só fazer sentido com Paulo Bento.

Ainda hoje li, e fiquei boquiaberto, um artigo de opinião em que o treinador do Sporting era considerado como a melhor opção para o perfil de treinador do Sporting – segundo o próprio, o Sporting precisa de um treinador que seja barato (!?!), que não reclame das não-contratações, e que aceite trabalhar com as mesmas caras a cada ano que passa. (É fácil concluir que o jornalista não é adepto do nosso clube!)

Ao contrário de muitos, sou sensível à situação financeira em que o clube se encontra. Compreendo que não se contratem grandes estrelas. Percebo até que no final da temporada o Sporting possa não vencer a SuperLiga, ou até não conseguir repetir o 2º lugar da última época.

Como muitos sou incapaz de me contentar com um futebol moribundo, um constante enxovalhar da qualidade do nosso plantel, um discurso de coitadinho perante tudo e todos, e um sacudir de responsabilidades, de ponta a ponta, por parte de todos os protagonistas, do treinador aos jogadores, de dirigentes ao próprio Presidente.

Depois da arma de arremesso ‘Orçamento’, e muito por culpa do Sporting de Braga, o discurso transformou-se num ‘Deixem trabalhar a equipa técnica e dêem tempo ao tempo!’. Mas em tempo algum PB foi impedido de trabalhar em paz? Houve na história recente do clube algum treinador tão bajulado? Houve algum treinador com o poder que PB tem actualmente no clube?

Mais do que deixar trabalhar, ou dar tempo ao tempo, aquilo que estão a pedir aos sportinguistas é que estejam em silêncio, que não critiquem o que quer que seja, mas que continuem a fazer-se sócios, a pagar cotas, a comprar gameboxes (se possível também para as modalidades…) e a ir ao estádio. Se puderem, tragam todos um amigo, e que este traga a família. E que comprem a cada jogo uma nova camisola, um avental, um relógio e um peluche. Se puderem, peçam um autógrafo ao Treinador, para dar moral, e tirem uma foto com o Miguel, para ele se sentir acarinhado.

4 anos depois, com o futebol a perder qualidade a cada jogo que passa, teimam em querer fazer-nos acreditar que uma das faces do problema não é o treinador. E que não é o director do futebol. E que não é o de marketing, tão pouco o responsável de imprensa, ou alguém com qualquer responsabilidade no clube.

Os problemas do Sporting são vários, segundo consta. É a relva, ou falta dela, o orçamento (que no caso do Braga inexplicavelmente não se põe), os adeptos que assobiam (imerecidamente!) o Ângulo, os árbitros que não nos assinalam vários penalties por jogo, o Vítor Pereira que nem parece do Sporting, um sócio com responsabilidades que teve mau perder e entregou o cartão de sócio, uma ou outra face da oposição que teima em desestabilizar, e principalmente o Izmailov, que não recupera de forma a aumentar as soluções do treinador.

Para agravar, os outros clubes desta vez não são todos suficientemente maus para disfarçarem a nossa mediocridade, e há, imagine-se o abuso, clubes em Portugal com fracos jogadores, pouco dinheiro e treinadores banais, a praticarem bom futebol.

Por sorte Paulo Bento resiste e continua a fazer-nos o favor de continuar a treinar o clube. Por sorte, Miguel Veloso voltou a gostar de jogar pelo Sporting. Por sorte, Pedro Barbosa está disponível para continuar o bom trabalho.

Por sorte JEB continua a preferir o Sporting ao Santander, e embora não seja fácil, todos os dias acorda com vontade de continuar a ser Presidente.

Pena que um dia a sorte muda.
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19.10.09

Taça de Portugal

Poucos dias depois de uma vitória estrondosa na aprovação do plano de reestruturação financeira, o Sporting, no que a futebol jogado diz respeito, voltou à mediania que nos tem apresentado desde o início da época.

Desta vez o adversário era o frágil Penafiel, pior defesa da Liga Vitalis. O Sporting entrou em campo de tal forma temerário, que dada a similitude das camisolas, mais parecia ir defrontar o Milan. De temerário a ineficiente, nervoso e incapaz foi um pequeno passo, disfarçado em 45minutos por um remate à trave, em livre directo de Veloso, que o GR adversário tentou deixar entrar, e numa arrancada de Saleiro, que na cara do GR rematou ligeiramente ao lado, na única iniciativa digna desse nome.

Para a 2ª parte Paulo Bento optou por jogar com 10 (entrando Adrien para o lugar do inexistente Grimi), e o Sporting foi ganhando ascendente. Mesmo assim, só num erro infantil de um defesa contrário o destino veio ter com o Levezinho, que como é habitual, resolveu.

Pouco depois, em nova insistência de Liedson, um corte com o braço deu penalty, e Moutinho teve a possibilidade de mostrar que já é um especialista, rematando de forma indefensável, a beijar a barra.

Até final ainda se pode ver a eficácia de Vukcevic como avançado centro, bem diferente da produção que obtém com as amarras à linha esquerda. O Sporting acabou o jogo com 11, depois da entrada de Pereirinha.

Num final de um jogo que se vence por 3-0, sem que o GR adversário faça uma sequer defesa, torna-se penoso avaliar individualmente a equipa. O GR e os defesas centrais cumpriram sem comprometer, e os laterais esqueceram-se de jogar, como vem sendo hábito. Se Abel não atacou mas também não teve problemas a defender, já Grimi raramente passa o meio-campo, e quando o faz sai disparate, e a defender é um buraco monumental. Jogasse eu com o pé esquerdo, ainda arriscaria uma dieta e uns treinos de captação…
No meio campo voltou a ser óbvias as limitações defensivas de Veloso (para quando um trinco para a equipa do Sporting?), e a má forma do capitão, quase sempre perdido pelo relvado, entre quedas e cobranças anedóticas de tudo quanto é bola parada. Nas alas, o ‘prisioneiro’ Vuk, e o incrível Ângulo estiveram ao nível do relvado.
Na frente o esforçado Saleiro partilhou o ataque com Liedson, que embora alheado do jogo, está sempre no sítio certo à hora certa, e não perdoa – resolve.
A entrada de Pereirinha foi a demonstração de que Paulo Bento também aposta em jovens formados no clube sempre que a alternativa é Ângulo, e a de Pedro Silva deixou-me a pensar que ainda não será desta que Veloso deriva definitivamente para a esquerda da defesa. Até quando?

No final do jogo ficamos a saber que uma das causas do problema (ao contrário de Presidente, Director Desportivo, e Treinador) é o relvado. É-o há 4 anos, mas só ontem isso pareceu tema.

Os meus parabéns aos indefectíveis 14.500 adeptos, que se disponibilizaram a mais uma exibição de encher o olho.

E assim continuamos em 4 frentes.
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14.10.09

Passado, Presente e Futuro

Assistimos ontem a um dia decisivo na história do nosso clube. Ao contrário do que seria de esperar de um dia histórico, não se tratou da conquista de um título, tão pouco de uma memorável vitória. Aprovou-se ‘apenas’ (mais) uma reestruturação financeira, que, na opinião de 74% dos sócios votantes, permitirá ao Sporting Clube de Portugal, ou à Sporting SAD, poder ombrear com os 2 mais directos rivais na conquista dos títulos nacionais.



Passado
Há mais de 25 anos que o futebol do Sporting anda à deriva. Causas? Culpados? Como é hábito em Portugal, e o Sporting nisto não consegue ser diferente, a culpa morrerá solteira, ou na melhor das hipóteses, envolveremos todos os culpados num vasto saco, que na prática é o mesmo que não culpar ninguém.
Indiscutível será a constatação de que depois de João Rocha, o Sporting não soube nunca mais eleger um Presidente que percebesse de futebol o suficiente para levar o Clube a assumir uma estratégia que honrasse os pergaminhos (e títulos) conseguidos até 1982.
Uma evidência estatística mostra que até 1982 o Sporting Clube de Portugal venceu 34% dos campeonatos nacionais de futebol, e depois disso, apenas 7%. Mesmo tendo em conta que após 82 apareceu um rival nortenho, as vitórias do Sporting diminuíram 5 vezes.
Em 1995, José Roquette lançou o Sporting numa aventura (a SAD) que prometia tudo – independência económica, novo Estádio, Academia, e sobretudo títulos.

Presente
Chegados a 2009, 14 anos depois do passo visionário de Roquette, o Sporting debateu em Assembleia Geral uma proposta colocada como absolutamente necessária – em traços gerais, o SCP terá que abrir mão da SCS para a SAD e promover VMOC’s, para poder contornar a asfixia de juros que o actual plano contempla, e aumentar a disponibilidade financeira para contratações e pagamento de salários no futebol profissional. De uma forma menos técnica, vamos arrepiar caminho (a troco de peso nas decisões e em último caso património) para sermos competitivos para com os rivais. A proposta foi aceite por 74% dos sócios votantes.

Futuro
Sensivelmente 4 meses depois de chegar à Presidência do Sporting Clube de Portugal, com uma meritória votação de 90%, José Eduardo Bettencourt conseguiu a aprovação do ‘seu’ plano de reestruturação financeira, e, segundo palavras do próprio, poderá agora passar a competir com armas semelhantes aos rivais, pelas conquistas das competições nacionais.
Ao contrário do que foi apregoado, conseguiu-se ontem apenas uma parte das condições que poderão permitir a JEB alcançar sucesso à frente do Clube.
Baseado nas mesmas palavras ainda frescas do Presidente, os notáveis que rondam o Sporting há anos a fio, continuam no mesmo sítio. O responsável pelo futebol é o mesmo. O director desportivo é o mesmo. O treinador de futebol e restante equipa técnica mantém-se. O plantel é constituído pelos mesmos jogadores.
Não vejo, objectivamente condições para melhorias no imediato, e surpreender-me-ia se tais ocorressem. Estou receoso que o novo entendimento com a Banca não promova mais bolas efectivamente dentro das balizas contrárias.

O Sporting precisa de uma vassourada para com o passado recente. Precisa de analisar os erros cometidos, e não voltar a repeti-los. Precisa de afastar os abutres nauseabundos que pairam sobre a estrutura. Precisa de um cenário de exigência extrema, independentemente das políticas e orçamentos dos adversários. Precisa de bom futebol, que leve os entusiastas ao estádio. Precisa de valorizar os seus jogadores. Precisa de mais sócios. Precisa de mais adeptos.
Caro JEB, tudo isto não se fará com mais 3 ou 4 milhões de euros anos, que são gastos num fisgar de olhos. Far-se-á com uma ruptura total com a mediocridade instalada.

Como associado, adepto e sobretudo apaixonado, peço-lhe que não desperdice a (última?) oportunidade que ontem os sócios, confiando, lhe ofereceram.


9.10.09


…e a caravana passa!

Vítor Pereira teceu ontem considerações sobre a nomeação de Duarte Gomes para o clássico Porto-SportingCP do Dragão, mesmo tendo recusado comentar o nível da arbitragem do mesmo.

«Essa foi uma das 240 nomeações que fazemos para os jogos da Liga. São dois clubes importantes no nosso cenário desportivo e fizemos a nomeação que, naquele momento e perante as circunstâncias, nos pareceu que podia oferecer melhores condições de corresponder à natureza do jogo».

In Antena 1

Continuamos a ser a chacota da arbitragem portuguesa. Como se a decisão do caso Ricardo Peres/Duarte Gomes já não fosse ofensiva, e a nomeação do mesmo para o clássico uma afronta, Vítor Pereira continua a sua cruzada.

E o que faz o Sporting? Nada. Provavelmente Vítor Pereira também não faz parte do problema, mas sim da solução.





8.10.09

Habemus treinador

Como era esperado, a tão propalada reunião do Conselho Leonino redundou numa redobrada confiança no actual treinador da equipa sénior do Sporting.

Bem ou mal, Paulo Bento continua forever, e mais do que isso, José Eduardo Bettencourt pediu a todos os simpatizantes do clube para darem o seu apoio incondicional ao actual treinador.

Partindo-se do pressuposto que a reunião serviu para identificar as razões do actual estado do futebol do Sporting, hoje é já possível concluir uma de duas coisas – ou Paulo Bento não tem qualquer responsabilidade pelo futebol apresentado, ou JEB não vê noutro treinador melhores características ou capacidades para melhorar a situação.

Como simpatizante (e adepto, e sócio!) admito que as declarações do Presidente do meu clube me foram parcas.
Se Paulo Bento não tem responsabilidades pelo actual momento, JEB deveria assumi-lo sem rodeios, e logo de seguida explicar cabalmente porque razão (ou por culpa de quem!) é que o Sporting, em 3 jogos particulares e 12 oficiais não fez uma única exibição positiva, e não saiu vitorioso em 66% das vezes. Os sócios têm curiosidade em saber se é por causa do sistema, dos árbitros, de Vítor Pereira, do relvado, da imaturidade dos jogadores, da falta de qualidade do plantel, dos problemas financeiros que dificultaram contratações, do departamento médico, da ausência de Izmailov, da chuva e do frio, etc.

Se JEB considera Paulo Bento a melhor solução para o futebol do Sporting (como consideram os opinion makers de visibilidade televisiva!) deveria voltar a explicar porquê,
A justificação mais ouvida nas últimas semanas prende-se como a analogia simplória “sem ovos não se fazem omoletas!”.
Recordo que no Sporting jogam 4 actuais internacionais portugueses (Patrício, Veloso, Moutinho e Liedson), mais 5 jogadores que já foram internacionais (Abel, Tonel, Caneira, Postiga e Yannick) 5 internacionais de escalões jovens (Carriço, Marques, Adrien, Pereirinha e Saleiro)e mais 4 internacionais de outras selecções (Matias, Caicedo, Vukcevic e Stoijkovic).


“José Eduardo Bettencourt não se sentou e cruzou os braços à espera que a situação do Sporting mude. E, nesse sentido, o presidente, logo na terça-feira, quis saber tudo, ponto por ponto, área por área, e com a máxima profundidade, tanto em relação ao futebol de formação, como ao futebol profissional, da mesma forma que se informou acerca da área médica.”

In A Bola

Ao ver este tipo de conclusões na imprensa escrita fico apreensivo. Ou quem escreveu acha que só depois de 2ªfeira o Sporting precisou que a sua situação mudasse, ou quem escreveu quer dar a ideia de que até domingo JEB não estava preocupado com a situação. No primeiro caso o jornalista é mau e devia pensar em seguir jardinagem, no segundo caso é estúpido como uma porta, e acha que os outros dormem. E não sei o que me preocupa mais.


6.10.09

JEB dixit

O domingo passado foi ‘incendiado’ com a revelação de declarações do Presidente do Sporting, José Eduardo Bettencourt (JEB).
Embora a maior parte dos adeptos e associados as tenham lido depois do empate cedido frente ao Belenenses, elas foram proferidas antes do mesmo.

“O fundo de investimento do Benfica é uma vergonha, em que se avaliam jogadores como o Javi García em 17 milhões de euros e juniores que ninguém conhece em 5 milhões. Com metade do orçamento ficámos quatro anos à frente do Benfica. Com muito menos dinheiro investido, com muitas menos condições, conseguimos sempre ficar à frente de uma equipa que investe muito no seu plantel, todos os anos. Temos metade do orçamento dos nossos rivais mas, continuamos de cara lavada e com a nossa dignidade intacta”

JEB, in Record

JEB comete um conjunto de erros assinaláveis, em duas dúzias de segundos, num discurso que nem preparado pelo Rui Santos sairia pior:
- cataloga erradamente um produto financeiro aprovado pela CMVM
- reincide no discurso medíocre de que basta ficar à frente do benfica para termos uma época positiva
- esquece-se de completar a última frase com “… continuamos de cara lavada e com a nossa dignidade intacta, mesmo que para isso tenhamos abdicado nos últimos 4 anos de querer ganhar títulos, e agora sequer jogar um futebol apetecível…

O que me leva a escrever estas linhas não é o discurso de JEB como um todo, muito menos a sua errada linha de orientação, mas tão somente uma reflexão sobre o produto financeiro que o benfica constituiu em ‘parceria com o BES’ e do qual é, obviamente, o principal beneficiado.

Voltando uma dezena de anos atrás, verificamos que os fundos de investimento de jogadores de futebol não são caso virgem no nosso país. Pasme-se, o próprio Sporting já teve um, e dele fez parte o seu jogador mais mediático da última década – Cristiano Ronaldo. E JEB já por lá andava.

Embora me pareça que JEB sabia bem o que queria dizer, mas não se soube exprimir, a realidade é que os argumentos utilizados mostram apenas que JEB não se dedicou sequer a recordar o fundo de jogadores do Sporting, e a tirar dele as conclusões necessárias – algo que provavelmente a equipa de analistas do BES fez.

Recordando o nosso exemplo, que contou com conhecidos nomes como Ronaldo, Jardel, Viana, Niculae ou Custódio é curioso verificar que os únicos negócios realmente lucrativos para o fundo de investimento foram conseguidos através das participações parciais em passes de jovens jogadores que estavam longe de serem certezas. No cenário inverso, o fundo foi incapaz de retornar o investimento feito noutros jogadores, como Jardel, e em especial Niculae, que 4 anos depois de assinar pelo Sporting saiu a custo zero do clube, originando uma perda de 100% ao fundo de investimento.
Sob esta perspectiva, talvez sejam no futuro ‘os juniores que ninguém conhece’ que venham a salvar este fundo de investimento cujo passado mostrou ser de risco elevado.

A ideia de criar um fundo de investimento é, à partida, óptima para o clube que o consegue. E digo óptima, porque necessita de confirmação através dos valores atribuídos aos passes dos jogadores, mas à priori, será sempre positiva. No exemplo do Benfica, o clube arrecadou mais de 22M€, que, por exemplo, pagou toda a época de contratações, e permitiu ao clube encontrar valores que venham num futuro próximo a sustentar o crescimento dos jovens de tenra idade.

Aquilo que deveria preocupar JEB é a incapacidade de o Sporting, detentor da melhor Academia de talentos do país, e clube consecutivamente representado maioritariamente em selecções jovens (agora até em selecções estrangeiras…), conseguir cativar uma instituição financeira a fazer o mesmo com os seus jovens talentos, por forma a criar as tais ‘receitas extraordinárias’ que o clube é incapaz de gerar de outra forma.

Se isto acontecesse, talvez todos pudéssemos deixar de ouvir o discurso miserabilista de que estamos no caminho certo, do saneamento financeiro, do equilíbrio orçamental, quando na pratica, esse discurso apenas desvaloriza os erros de treinador, jogadores e direcção, e mantém o Sporting impedido de lutar por reais objectivos que sejam dignos da História do clube, dos quais é principal exemplo a Liga Sagres.


5.10.09

Tinham já passado 3 dias, mas quem assistia aos primeiros minutos do desafio frente ao Belenenses terá ficado com a impressão quem apenas tinham passado 10 minutos de novo intervalo sobre a exibição miserabilista frente ao Hertha, e que mais não se iria assistir do que a uma terceira e quarta parte do repasto disponibilizado a meio da semana.

Perante um apoio (surpreendentemente) incondicional das claques, a equipa voltou a evoluir perante uma rigidez táctica assinalável, sem qualquer tipo de novidade, e banhada pela má forma de vários intérpretes, o desajuste posicional de alguns, e, acima de tudo, pela falta de qualidade de outros.

Perante uma acalmia que faria pensar que a equipa já entrara a ganhar por 3-0, o adversário, sem nunca ‘esticar a manta’ em demasia, foi preenchendo os espaços, e fazendo o seu papel.
Em 45 minutos o principal momento foi protagonizado por Beto, que em jogada individual isolou com mestria Hélder Postiga, que sem surpresa, e perfeitamente isolado não conseguiu agradecer a oferenda.

Para o 2º (ou 4º) tempo, a equipa voltou a entrar a passo, quiçá a ressentir-se do esforço estóico que tinha proporcionado dias antes. Tardaram 12 minutos as substituições, apenas mais 2 detalhes de impotência. Entraram Pereirinha, para jogar sobre brasas, e Yannick, desconcertante como sempre. Pouco depois entraria Caicedo, que mexeu com a equipa, trouxe velocidade, entrega, mas que acabaria por desperdiçar a sua melhor ocasião, tentando driblar o GR contrário.
Até final uma equipa aos soluços foi incapaz de encostar um frágil Belenenses às cordas, e o empate, mais mão na bola, menos bola na mão, acaba por ajustar-se, pelo menos ao que o Sporting produziu em campo.

Já depois do jogo terminar, alguns dos intérpretes teimam em recorrer a subterfúgios para procurar justificar o injustificável, como que querendo anestesiar os adeptos mais uns dias, ganhando novo fôlego para nova partida, que terá inevitavelmente o mesmo final, pois no essencial nada tem mudado.

No final do encontro assisti, ainda na bancada a tristes episódios. Confesso-o, sou incapaz de assobiar o meu clube no estádio, seja com que resultado for. Já estive ‘no limite’ várias vezes, e assim dificilmente esquecerei o nome Gençlerbirligi - logo não seria um simples e expectável empate frente ao Belenenses que me faria transpor o risco. Mas honestamente, também não percebo o que pretende a franja de adeptos que, no final de uma exibição destas e na sequência de outras doze, batem palmas e se insurgem contra os descontentes, mandando-os ficar em casa…

Em jeito de balanço, o Sporting está a 10 pontos do 1º classificado, decorridas que estão 7 jornadas (!?!). Bem sei que os resultados têm sido todos normais, mas não começarão a estar normais de mais?


2.10.09

No 1º jogo em casa para a nova Liga Europa, as expectativas eram altas. A equipa tinha-se apresentado em nível satisfatório no Dragão, sentiu-se a revolta para com a cobardia do senhor Pereira, e esperava-se uma resposta convincente, frente a um adversário muito pobre, atolado numa crise latente, à qual o seu treinador suíço Favre não conseguiu resistir.

A equipa operou algumas mudanças, com a entrada de Adrien para o miolo, e consequente passagem de Veloso para a esquerda, e com a entrada de Caicedo para a frente de ataque. Nas alas, PBento não parece ter gostado da experiência de Vukcevic na direita, e voltou ao esquema habitual, com o sucesso esperado…

Para aumentar a expectativa, Polga, o mais criticado dos jogadores nos últimos jogos, cedeu o lugar a Tonel.

O jogo começou fraco, mas um golo (fortuito), de Adrien, criou condições para a equipa se libertar da pressão, e partir para um jogo alegre, desenvolto, de ataque, por forma a conseguir vários golos que ‘tirassem a barriga de miséria’ dos 16.000 heróis que ontem se deslocaram a Alvalade!

No final, e apercebendo-me do realismo da exibição leonina, a expectativa formulada quase parece brincadeira.

Em suma, poucas jogadas com princípio, meio e fim, Zero oportunidades claras de golo, Zero defesas do guardião contrário, e a finalizar um lance polémico de Tonel, e uma bola na barra que não deu golo por acaso. Moutinho e Liedson fizeram as piores exibições de que tenho memória. Se a Liedson ajuda o ‘pormenor’ de que a equipa não leva à área a bola em condições jogáveis, de Moutinho não sei o que dizer. Já não sei se é um momento de forma horrível, se é falta de confiança, se é incapacidade física, ou se o capitão deixou Bento cair.



“O resultado é bem melhor do que a exibição. Penso que foi o pior jogo da época.
Não consigo encontrar os motivos para a forma como jogámos, isto depois das últimas boas exibições. Hoje, não tivemos qualidade, não cumprimos o estabelecido e na parte final tivemos alguma felicidade. Vou ter de conversar com os jogadores e eles têm de entender, que embora não estejam na Liga dos Campeões e sim na Liga Europa, esta competição merece o mesmo respeito e dignidade…”

Paulo Bento, em declarações na Sporttv.



Não sei o que pensar destas declarações. Concordo que terá sido o pior jogo da época, mas não consigo encontrar os jogos que justificam as últimas boas exibições. Será que PBento acredita que o Sporting já se apresentou a bom nível esta época?
Não concordo, liminarmente, com a observação do treinador que leva a crer que a exibição se deveu ao menosprezo pela competição. Por 2 razões:
- para bater a bota com a perdigota no discurso de quem manda no clube, esta Liga Europa é a nossa competição. Se não temos argumentos, desportivos e financeiros, para sermos campeões, que raios de competição querem os jogadores jogar?!?
- Num campeonato cada vez pior, e sem sequer jogarem num clube que lutará pelas primeiras posições, estes jogadores sabem, melhor que ninguém, que só na Europa se conseguirão valorizar, e quem sabe, promover uma possível transferência.

Assumir que os jogadores estiveram mal seria aceitável se fossemos na liderança do campeonato, e já estivéssemos certos na próxima fase da L.Europa. Neste cenário, parece-me música para embalar.
O que parece mais óbvio é que os jogadores começam a deixar de estar com o treinador. À excepção de Polga e Liedson, tenho dúvidas que a facção ‘Academia’ não esteja já a preparar o destino de Bento. Pelo meio tem-se perdido o jogador com mais qualidade, Matias, que continua em grande forma na sua Selecção, a encher o campo, mas que no Sporting não se adapta, está mal fisicamente, e não quer pegar no jogo. Só quem não assistiu ao Brazil-Chile pode por em dúvida a forma actual do chileno. Adiante.

JEB
Começa a ser ensurdecedor o silêncio de quem foi eleito há poucos meses para liderar este clube. Já não se percebe se JEB continua acreditar na equipa e no treinador, ou se já está a trabalhar na próxima época.
Objectivamente, os problemas do Sporting são rigorosamente os mesmos de há 1 ano atrás, com 2 agravantes – o treinador tem menos 1 ano de espaço de manobra, e o rival joga mais futebol em 90minuots que nós desde o início da época, o que acabará com a ‘desculpa’ da mediocridade – ‘eles gastam mais, e ficam sempre atrás de nós!’

Reconheço a JEB várias qualidade nas suas funções. Aliás, sinto outra dinâmica nas modalidades, e vou comprová-lo já este sábado quando pela 1ªvez na vida assistir a um jogo de Andebol do Sporting, no seu pavilhão. MAS o Sporting é, para já e erradamente, FUTEBOL!
Aquilo que mais espero de JEB é pragmatismo na gestão do futebol, e neste momento aquilo que sinto é um Presidente refém de 2 momentos extremamente infelizes - o “PB forever”, e o “Caso Robson no Sporting, comigo, jamais se repetirá”.

Se bem conheço PBento, só uma sequência assinalável de goleadas o poderá forçar a pedir a demissão. É notório e por vezes confrangedor perceber que PBento se agarra a tudo para justificar o injustificável. Os resultados da Liga têm sido normais, a eliminação da Champions foi normal, os resultados da Liga Europa são fabulosos, e lideramos cabalmente. “Ganhamos, não ganhamos?”. Pois ganhamos. E de goleada. Por 1-0 sem oportunidades de golo, para mim, é goleada!

Tem JEB a palavra.