9.10.10

Selecção 'Verde'

Começou ontem o apuramento para o Europeu de 2012, e a ‘turma’ de Paulo Bento cumpriu a sua obrigação perante uma pobre Dinamarca, que estará a um passo de se excluir da participação na fase final.

Foi um jogo agradável, ao qual faltou o 3-0 a tempo e horas que tranquilizasse por completo a selecção e a deixasse golear. Mas sobrou entrega e abnegação, vontade dos jogadores, e apoio do público.

Para quem tinha dúvidas, e não pondo em causa a pessoa, CQ era o principal problema das Quinas, pois parece notório que não agradava a gregos (dirigentes) nem a troianos (jogadores).

Mas desengane-se quem pensa que com PBento tudo serão rosas. Não acredito. O grupo é muito acessível e estou em crer que vencer todos os jogos, ou ceder um empate apenas é possível, e não me espantaria o 1º lugar final (a Noruega não tem assim tanto valor e dificilmente vencerá em Copenhaga, muito menos em Lisboa…). Estou confiante no apuramento, mas os valores de Portugal não são hoje os de 2004 ou 2006.

Agora que já temos um seleccionador que não se acha o melhor do mundo e não vem fazer um favor à selecção, ficam a faltar um médio de valor inquestionável (temos meia dúzia de bonzinhos, mas nenhum ‘Deco’…) e um ponta de lança (duvido que esta forma surpreendente de Postiga seja para durar, Liedson não será eterno, e Almeida é fraquíssimo…).

Um lateral direito que corre, e Postigol
No jogo de ontem debutou João Pereira, que esteve ao seu nível, e será uma boa alternativa a Bosingwa, e Postiga, que em grande forma poderá relançar a carreira na selecção. O avançado teve boa oportunidade, que falhou, mas deixou boa imagem. Contra ele jogarão 2 aspectos – em forma Liedson deverá ser preferencial, e Almeida tem a seu favor o jogo físico, e presença na área, para jogos contra adversários mais defensivos.

O Moutinho de sempre
Uma das pedras óbvias de PBento será Moutinho. Ontem foi visível o apreço da CS pelo jogador. Hoje os jornais focam o mesmo.
Pelos vistos a banal médio-centro de Maio último que naturalmente não foi ao Mundial é agora um valor de qualidade indiscutível, e não tardará a receber maiores louvores, e, não tenho dúvidas a ser o segredo do sucesso do Porto campeão.
Para mim Moutinho está na mesma – lutador incansável, bom na troca de bola, muito útil na circulação, com passes quase sempre certos, incapaz de fazer a diferença em cruzamentos, remates e/ou bolas paradas, sem qualquer faro pelo golo. Merecia ir ao Mundial, merece ser agora seleccionado, dificilmente fará a diferença no meio-campo, mesmo no da selecção.


7.10.10

À espera de Bettencourt


Na entrevista de hoje quem estava à espera de algo novo saiu defraudado – o Presidente do meu Sporting adoptou o discurso de sempre, admitiu os mesmos problemas, voltou a jurar fidelidade ao seu modus operandus, considerou muito válida a sua actuação em vários sectores (menos visíveis segundo o próprio) e admitiu insuficiências, em especial nos resultados do futebol.

Porque foi feita a pergunta?
«Não me demito. A eleição foi relativamente recente. Há um mandato com um programa vasto que tem sido executado, e com dossiers particularmente complicados»
Concordo que a eleição foi recente. E é verdade que foi esmagadora. Admito até que o programa seja vasto. Em dossiers complicados acredito piamente. O que me preocupa é como num cenário destes o tema demissão já parece tão óbvio.

Ainda e sempre Paulo Bento
O antigo treinador do Sporting voltou a ser tema de foco – faltou dizer eu com PBento estaríamos quase a ser bicampeões, mas os louvores ao agora seleccionador quase roçam o ridículo. Como pode uma instituição centenária continuar a bajular um D.Sebastião que nunca venceu a principal batalha?

Oposição? Não existe…
«…as alternativas são muitos escassas em valor acrescentando e as soluções que têm aparecido são muito débeis…»
JEB não acredita numa oposição, nem lhe dá valor ou a tem em consideração. Está no seu direito. Mas deve começar a preocupar-se com as razões que levam tantos sócios e adeptos a desesperarem por uma oposição. Isso sim estranha-se que não preocupe.

Sporting contra Sporting – parte 7
«…A tendência para ignorar coisas bem feitas, para a autodestruição – que não é de agora – e para delapidar o património fantástico do clube… ambiente de cortar à faca que se vive fora do clube…»
A conversa é sempre a mesma. Quem critica autodestrói, quem não critica é seguidista e anda de olhos tapados a dizer amén aos delapidadores.
Quem apoia JEB não tem opinião própria e bate palminhas, quem critica JEB é um garoto irresponsável que passa o tempo entre blogues e fóruns a orquestrar tomadas de poder!
Ou és a meu favor ou contra mim. De um lado e de outro.

A quem interessa o Carnide?
«…O objectivo do Sporting é sempre ganhar. O objectivo realista, para já, é ultrapassar rapidamente o segundo [Benfica] – que não está em crise e tem só mais três pontos que nós. Não tem mais vitórias que nós em jogos oficiais. Se os outros não estão em crise, por que é que nós temos de estar? Acredito sempre no título, há muito campeonato para disputar...»
Objectivamente quero que o Carnide se foda. O Carnide e os outros – para mim são todos adversários. Quero que ganhe o Sporting. Sempre. O objectivo realista deveria ser contratar bons jogadores, aproveitar os poucos que temos com qualidade, e eventualmente vir a apostar num treinador que ofereça mais-valias. Os resultados viriam naturalmente…

Marat, o bom profissional
«É um óptimo rapaz e óptimo profissional. Tenho pena do que está a acontecer com o Izmailov. O Sporting nunca castigou o Izmailov por não ter feito o jogo com o At. Madrid, pois damos sempre o benefício da dúvida quando um atleta nos diz que não pode dar o seu concurso. O Marat foi acusado e considerado culpado por viajar para o estrangeiro sem autorização da entidade patronal; ausências aos tratamentos; declarações atentatórias do bom nome da imagem do empregador, director clínico e de futebol, e falsas declarações para justificação de falta»
Só não consigo perceber onde é que JEB foi buscar a ideia de que o ‘rapaz’ é óptimo e profissional. Comigo nunca mais jogaria de leão ao peito, e sentava o rabinho até final do contrato – depois recuperava forma no Porto com toda a tranquilidade (que lá haverá por essa altura!).

Futuro
Sem demissão, sem oposição, e sem alterações no rumo ou na estratégia, resta-nos a todos ter fé. A fé suficiente para se achar que somos candidatos ao título deixo-a para o Presidente, porque eu já tenho idade para ter juízo, e não me pagam o suficiente para fazer figura de pateta, mesmo que num blogue semi-anónimo.