27.9.09

Cínico, corno sem vergonha

O título deste post poderia eventualmente ser diferente. Em condições normais, três palavras chegariam para etiquetar a personagem principal da soirée de ontem, no Dragão. Mas dada a reconhecida importância de Inês Simões, o epíteto de corno tornou-se essencial. Por uma questão de espaço, ‘ressabiado’ foi eliminado do título.

O que menos gosto de fazer em futebol é justificar uma derrota do meu clube com uma arbitragem – mesmo quando ela é notoriamente mal intencionada, antecipada e minuciosamente preparada. E nem desta vez vou fazê-lo, porque penso sinceramente, que o principal culpado foi o Sporting, no seu todo.

Porque Duarte Gomes não merece muitas palavras, deixo em jeito de síntese, os detalhes mais importantes do seu trabalho:

- inexistência de falta sobre Hulk no livre que dá o golo portista
- inexistência de falta no lance que dá o 1º amarelo a Veloso
- inexistência de razão no 1º amarelo de Polga, a aferir pelo critério de todo o jogo
- Hulk tropeça em si próprio, e o auxiliar (!?!), a 30 metros, indica falta, e consequente amarelo a Abel
- ainda antes do final da 1ª parte, Meireles vê ser-lhe perdoado o 2º amarelo por falta dura e por detrás, sobre Abel
- falta, penalty e amarelo correctamente assinalados em lance Polga/Hulk
- inexistência de falta no lance que dá o 2º amarelo a Veloso

Ao contrário de muitas opiniões que ouvi e li, não sou da opinião de que o Sporting perdeu o jogo por culpa de Duarte Gomes. Aliás, dificilmente um simples cobarde tem a importância de tal aspecto, e a exibição de ontem do Sporting mostrou bem que, mesmo com Duarte Gomes de apito, era possível ter vencido.

O Sporting
Os problemas evidenciados pelo Sporting foram muito semelhantes aos que têm sido observáveis nas últimas semanas – laterais muito pobres e limitados, um central em péssima forma, um trinco que não sabe defender, e um nº 10 que a equipa teima em não servir, desaproveitando a sua evidente classe. Ressalta ainda à vista a limitação defensiva em bolas altas, e uma incapacidade latente de aproveitar ofensivamente lances de bola parada, num jogo onde Postiga até ia fazendo um belíssimo golo de cabeça.

No capítulo defensivo, e depois do exemplo de Braga, onde se percebeu o que vale este Porto sem Rodriguez e com Hulk bem vigiado, é estranho que Hulk tenha estado tão solto, pelo menos enquanto se jogou de 11 para 11.

Mas também foram evidentes algumas melhorias, nomeadamente na 1ªparte, em especial no plano ofensivo, onde Vukcevic à direita mostrou outra alma, e muito acrescentou ao ataque do da equipa.

No capítulo das (já óbvias) substituições, foi infeliz a troca ao intervalo de Grimi, colocando na sua posição um Veloso lento e já amarelado, que obviamente foi incapaz de travar o poderoso Hulk. Pereirinha deveria ter sido gasto para dar outra alma ao lado direito da defesa, e a saída de Matias só enfatiza a opção pelo jogo directo, já de si exagerado quando o médio chileno está em campo.

No final, é de realçar a capacidade física dos leões, num jogo que equilibraram sempre, mesmo com largos minutos em desvantagem numérica, e utilizando 2 elementos (Grimi e Pereirinha) que vinham de lesões e de larga paragem.

O melhor
Rui Patricío foi obviamente o melhor em campo por parte dos leões. Sem culpas no golo, e com um punhado de boas defesa, onde se destaca um penalty em que tem muito mérito, o jovem GR do Sporting esteve bem melhor do que o habitual, e quem sabe, deu ontem passo firme no caminho da sua afirmação.

Para reflectir
Voltando ao essencial, realço que o Sporting perdeu este jogo muito antes do minuto 2, quando Falcão ganhou o lance a Polga.
Esta vitória, e consequente afastamento do Sporting do título (núa e crua, parece exagerada esta conclusão, mas é a mais óbvia das verdades, e o futuro apenas a confirmará…) começou na reacção da Direcção do Sporting aos acontecimentos ocorridos em Junho na Academia de Alcochete, prolongou-se pela aceitação da arbitragem (e critérios utilizados!) do jogo contra o Braga, pela reacção ao (não)castigo de Duarte Gomes, e mais recentemente pela (não)reacção à nomeação de Duarte Gomes para o clássico.

Ao nos colocarmos como o clube da não-reacção, colocámo-nos à mercê da chacota de uns quantos senhores que continuam a envergonhar o futebol português.

O penúltimo parágrafo vai para Vítor Pereira. Embora a cobardia seja sempre reprovável, é de louvar a capacidade que este dirigente teve em perceber rapidamente como se movimentar. O teste de fogo foi a final da Taça da Liga da época transacta, e depois da reacção do Sporting (ou melhor, da reacção de Paulo Bento e Pedro Silva), foi fácil concluir com quem se pode brincar!

O último parágrafo vai, naturalmente, para José Eduardo Bettencourt. Não votei nas eleições porque moro a 400km de Lisboa, mas apoiei-o sem dúvidas. Embora menos, ainda hoje acredito que possa mudar o clima instalado de ingenuidade que tem minado o nosso clube desde os tempos de João Rocha, e que apenas Luis Duque soube travar.
Caro JEB, de 22 anos de associado, e de uma vida de amor pelo Sporting, peço-lhe encarecidamente que não nos deixe continuar a ser o alvo de chacota do poder instalado e do clientelismo no futebol português.


22.9.09



Sporting CP 3 – 2 SC Olhanense

O Sporting fez ontem o 5º jogo para a Liga Sagres, em Alvalade, frente ao recém-promovido Olhanense, alinhando com:


SPORTING: Rui Patrício; Abel, Daniel Carriço, Polga e Caneira (Matias 63’); Miguel Veloso, João Moutinho, Angulo (Yannick 26’) e Vukcevic; Postiga (Caicedo 71’) e Liedson.

Golos: Carriço (1-2, 36m), Moutinho (2-2, 43m gp), Vukcevic (3-2, 87m).

Quinta jornada, quinta exibição pobre e descolorida, marcada por 20 minutos de arrepiar, e 70 minutos de vontade, querer, incapacidade e voluntarismo.

O Sporting voltou a vencer, com justiça, contra um adversário fraquinho, que se acautelou defensivamente depois de se ver a vencer por 2 a 0, ao 2º remate no jogo. Excepção feita a um remate de Rabiola que bateu na barra, naquilo que seria um golo monumental, o Olhanense cedo se esqueceu de que a melhor forma de bater este Sporting é explorar as suas fraquezas, nomeadamente as defensivas.

Antes de aprofundar o jogo leonino, aproveito um parágrafo para emitir a minha opinião sobre esta equipa vulgar que provocou o histerismo generalizado na CS, chegando a ser apelidada de mini-Barça (como se alguma coisa neste esforçado Olhanense se parecesse com o maravilhoso futebol da equipa da cidade Condal!). O Olhanense tem 3 jovens promissores, Ukra, Rabiola e Castro, e mais meia dúzia de jogadores vulgares, entre eles vários com experiência em equipas de dimensão que nunca deram nada, e não darão nunca – Garcia e Toy são exemplos. O GR é péssimo (do pior que já vi na Liga), os centrais muito limitados (atente-se nos 1º e 3º golos sofridos) e do banco nada saiu.

Ao Sporting o jogo não correu nada bem. A jogar com 9 desde o início (Polga está desvairado e Angulo simplesmente não joga!), cedo se percebeu que as coisas iam dar para o torto – no 1º ataque digno desse nome um cruzamento sem oposição deu azo a uma cabeçada simples, no 2º lance, e mais uma vez sem qualquer oposição, um coelho tirado da cartola só parou na baliza.

A equipa sentiu o abanão, e mesmo pressionada por um público desesperado por bom futebol, foi para cima do adversário e fechou a 1ª parte já empatada. Carriço mostrou que pode ser importante na área adversária, e Moutinho marcou de penalty que devia ter sido assinalado10 minutos antes, com direito a expulsão de Garcia. Ambos os golos apareceram já com Yannick no lugar do ausente Ângulo – continuamos com 9, mas um dos que nada joga é bem mais rápido, e complica mais os adversários.


Quem pensava que a 2ª parte iria trazer um Sporting abnegado, apostado em conseguir concretizar a reviravolta rapidamente, enganou-se – este Sporting é demasiado macio para o que quer que seja. Só ao tiro de Rabiola Paulo Bento percebeu que na equipa faltava organização ofensiva e fluidez na lateral esquerda – consegui-o relativamente numa alteração só.
Pouco depois entrou Caicedo, para o lugar do azarado Postiga, que fez uma boa partida, mas foi incapaz de fazer um golo… e o empate surge já bem perto do final, com a defesa preocupada com Liedson, e incapaz de afastar a bola, que sobrou para uma bomba de Vukcevic, a que Ventura assistiu de camarote.

A figura
Carriço está longe de ser um óptimo central, mas pelo que se pode ver está no caminho certo para se tornar nisso mesmo – um grande central.
A garra que emprega em cada lance é digna de realce, a forma como vive o jogo e a presença na área ofensiva são aspectos positivos naquele que será a breve trecho o próximo capitão do Sporting, caso não voe para longe antes disso. Pena que no Sporting não possa evoluir ao lado de um grande central, de preferência em forma.

Paulo Bento
O treinador do Sporting continua presa às suas convicções, para o bem e para o mal.
De Polga e Ângulo a titular, passando pela aposta em Yannick, e até pela contratação de caicedo, a mediania continua a imperar. Ontem as substituições (também elas continuam a ser óbvias…) foram acertadas, mas a forma como a equipa entra nos jogos chega a ser abusiva.
Umas breves questões, para Paulo Bento:
- Polga conitnua a ter exibições positivas, mesmo depois da de ontem?
- Ângulo precisa de ritmo, mas para isso não servirá a Liga Intercalar? Ou teremos de entrar com 10, para ele ganhar ritmo, sabe Deus quando?
- O que fez/faz/fará Yannick que justifique esta insistência ridícula no jogador? Se 4 anos depois ele não consegue recepcionar um bola, fazer um passe acertado, um cruzamento com pés e cabeça, um remate aceitável, o que move a aposta neste bluff? Será que não consegue ver o ridículo em que o jogador cai, sendo vaiado em cada disparate (e são vários num jogo só!) que comete? Até quando?
- Como pode o Sporting jogar em casa com um lateral direito fraco e fora de forma e com um lateral esquerdo que não ataca? Não seriam as opções Veloso e Pereirinha mais coadonáveis para um jogo em que é obrigatório ganhar?
- O que é suposto esperar de Matias, que joga a espaços, numa aposta intermitente? Não tem condições físicas de jogar 90minutos? Porque raio é que nos últimos 2 jogos de selecção, num espaço de 4 dias foi duas vezes o melhor da sua selecção?
- Será que vai obrigar Vukcevic a jogar contrariado na linha esquerda a vida toda? É difícil perceber-se a prisão desmotivadora em que o jogador está? Para quê?

O árbitro
O senhor do apito, com nome de estrela cadente da Damaia, teve 2 erros claríssimos – penalty óbvio de Garcia (com o árbitro a 3 metros do lance!) e consequente expulsão, e penalty mal assinalado por mão inexistente – o Costa apitou a pedido de Liedson, provavelmente incapaz de lidar com a decisão tomada minutos antes, nas suas barbas.


No próximo jogo será no Dragão, com o mesmo nº de pontos do Porto, o empate até será um resultado positivo, o que levará, inequivocamente PB a jogar à defesa, sem ‘10’, e provavelmente com a nódoa Yannick desvairado na frente. Espero que no final não reapareça o discurso do ‘imaturo e hã e tal…’


18.9.09

Heerenveen 2 – 3 Sporting CP


O Sporting fez ontem a sua estreia na fase de grupos da Liga Europa, frente ao Heerenveen, na Holanda, alinhando com:

SPORTING: Rui Patrício; Abel, Daniel Carriço, Polga e Caneira; Miguel Veloso, João Moutinho, Vukcevic (Tonel 89’) e Matias Fernandez (82’); Yannick (Postiga 62’) e Liedson.

Golos: Liedson (1-1, 17m), (1-2, 39m), (2-3, 87m)

Boa entrada do Sporting na fase de grupos da Liga Europa, com uma vitória justa e merecida, frente a um adversário inacreditavelmente decepcionante, a justificar por inteiro o penúltimo lugar na Liga Holandesa. A avaliar pelo Hertha-Ventspils, o Sporting terá sido colocado no mais acessível grupo da Liga Europa.

O Sporting teve ontem tudo para uma jornada histórica – um adversário fraco (uma espécie de Setúbal lá do sítio) mas que jogou sempre aberto, deixando os leões jogarem a seu bel-prazer, mesmo denotando sempre uma inacreditável falta de velocidade.

Mesmo começando bem, o 1º golo foi dos holandeses num lance igual a tantos outros – Abel não cobre na direita, a bola sobrevoa a área, Polga não ataca o esférico, e o adversário cabeceia à vontade. Não sei o que precisa mais PB de er para perceber que mesmo não sendo um fora de série, Tonel mais do que justifica o lugar.

O Sporting não se mostrou afectado, e num (infelizmente raro) remate de Veloso, o GR contrário (que pobreza!) defendeu para a frente, e Liedson marcou.
O controle de jogo continuou, e num pormenor de classe de Matias, Liedson ganhou espaço e voltou a marcar, e o GR contrário voltou a ficar muito mal na foto.

Quando era evidente a supremacia leonina, e se esperava uma entrada em força na 2ªparte para matar definitivamente o resultado, voltou das cabines o Sporting temeroso, lento e previsível que nos vai habituando, e nem o facto de passarmos a jogar com 11 depois da entrada de Postiga evitou o empate (Postiga podia ter matado o jogo, mas voltou a pecar na hora do remate!).

Mais um golo sofrido dentro do habitual – bola alta na área, nenhum jogador se faz ao lance, e o GR acaba enganado pela simulação do avançado que procura cabecear. Todos os elementos, GR incluídos ficaram mal, e PB destaca o mérito do marcador do livre.

Com 15 min para se jogar, era tempo de arrepiar caminho – e jogar atrás do prejuízo acaba por começar a ser a imagem de marca da equipa.
Mesmo de forma atabalhoada, aos repelões e sem clarividência, Moutinho soltou-se e fez o previsível – pediu a Liedson para resolver, e este disse SIM, RESOLVO!

Vitória justa, sofrida, em exibição irregular e fraca, principalmente tendo em conta o péssimo adversário, o mais fácil que o Sporting encontrou depois do Atlético do Cacém.

Os protagonistas
Se parece óbvio que Liedson é de outra galáxia, Matias continua a mostrar bons pormenores (mesmo não se conseguindo soltar e denotando pouca capacidade fisica), Carriço é abnegado e Veloso tem bons pormenores. Nos restantes, é notório que o Sporting precisa do melhor Postiga, de um Tonel autoritário nas bolas aéreas, e de laterais aceitáveis, algo que neste momento não tem. De Yannick já não consigo falar. De Vuk preso à linha esquerda ainda menos.

Paulo Bento
Se quando a equipa joga mal e não ganha se ouvem as lenga-lengas do costume, ontem seria de esperar um upgrade no discurso. Sem exagerar, lá foi procurando motivar os jogadores com uns tímidos Parabéns, porque ele sabe melhor do que ninguém que o Rei vai nú!


Na próxima 2ªfeira há jogo frente ao Olhanense - jogo difícil, e imperativo de vencer. O ideal seria uma vitória cabal, com vários golos, num 11 que pudesse ser replicado no Dragão, mas pelo que tenho visto, uma vitória que nos permita ir 'defender' ao Dragão já não será mau, e espero pelo menos que Liedson esteja lá!



16.9.09

O Peres deu uma 'dentadinha' na moranga!!!


Não será prática comum, mas fica aqui um registo imperdível. Leiam tb a caixa de comentários deste post.


O blogue, no seu todo, é também altamente recomendável!





14.9.09

Sporting CP 1 – 0 Paços de Ferreira

O Sporting fez ontem o 4º jogo para a Liga Sagres, em Alvalade, frente ao Paços de Ferreira, alinhando com:

SPORTING: Rui Patrício; Abel, Daniel Carriço, Tonel e André Marques (Postiga 45’); Miguel Veloso, João Moutinho, Angulo (Matias 45’) e Vukcevic; Yannick (Caneira 85’) e Liedson.

Golos: Liedson (1-0, 81m).

Quarta jornada, quarta exibição pobre e descolorida.

O Sporting voltou a vencer, com justiça, contra um adversário pouco incómodo, que se acautelou defensivamente, e raramente procurou atacar, excepção feita a uma oportunidade soberana (a melhor de todo o encontro) de Cristiano, que não ultrapassou Patrício, naquilo que seria um golo fácil, oferecido por Marques.

Ofensivamente, a uma 1ªparte de equívocos juntou-se uma 2ª parte abnegada, mas sem qualidade, numa equipa incapaz de usufruir da classe evidente de Matias como usufrui do killer instinct do Levezinho.

Novidades
Deste jogo esperava-se pela exibição de Ângulo, que se revelou mais do mesmo (lentidão, falta de confiança, parco em ideias…) e pela melhoria do futebol da equipa, 15 dias depois da 1ª paragem. Resultado? Tudo igual, ou talvez até pior, uma vez que os habituais rivais atropelaram os adversários, e o verdadeiro rival ganhou jogo difícil na Madeira.

Arbitragem
Bruno Paixão é para mim o pior árbitro do Mundo (reconheço no entanto que não os conheço a todos!). Podia adiantar muitas razões, mas sofre do maior dos problemas arbitrais – a necessidade de protagonismo! Ontem voltou a distribuir amarelos, com destaque para a resolução salomónica no lance em que Vuk é insultado por ter fair-play, e a brincar com o meu clube – e sublinho mais uma vez que enquanto agentes desportivos em Portugal brincarem desta forma descarada com o Sporting CP, o meu clube será apenas um percalço no caminho de alguns, e nunca um verdadeiro adversário temível.

Os rivais
Pelos adeptos do Sporting corre uma agonia enorme. Por um lado a equipa não joga nada, por outro os rivais jogam bom futebol, vencem com clareza, e desbaratam os adversários. Mas se é para usarem tanto realismo, então analisem também as decisões do jogo do Dragão quando o resultado era de 0-0, e vejam quantos golos substituíram esta semana os habituais penalties fantasma de Cardozo (foi só 1 golo e meio, porque no 0-2 parece que um jogador do Belenenses poderá ter importunado o campo de visão do fiscal de linha, e portanto o lance foi promovido a duvidoso!).

Paulo Bento
Já não vale a pena dizer que o Sporting joga sempre da mesma forma (ou procura jogar), e que isso facilita a vida aos adversários – PB vai bater no ceguinho até que este recupere a visão, não tenho dúvidas.
Mas vale a pena pensar que raio de aposta é esta em Marques que resulta sempre em substituição. Será que isso ajuda às paragens cerebrais de Marques?
A polivalência de Veloso e Moutinho chega a impressionar, mas a verdade é que consegue pouco mais que banalizar os jogadores – então Moutinho chega a meter dó, e a falta que cobrou no último instante da partida é o retrato fiel da forma do capitão. E Matias, um ‘especialista’ bem ali ao lado…
Para finalizar, espero que PB tenha visto a diferença nas bolas paradas, mudando Tonel e mantendo inclusive Moutinho na cobrança!



10.9.09


Hungria 0 – 1 Portugal

Portugal fez ontem o 8º jogo da fase de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2010, arrancando uma vitória que poderá ser preciosa na Hungria, alinhando com:

PORTUGAL: Eduardo; Zé Bosingwa, Bruno Alves, Ricardo Carvalho e Duda; Pepe, Tiago (Rolando 90’), Meireles e Deco (Simão 49'); Liedson (Nani 82’) e Ronaldo (cap.).

GOLOS: Pepe (10’)

Portugal conseguiu ontem o mais importante – venceu. Jogou pouco e mal, teve uma atitude péssima, se assumirmos que o adversário era fraquíssimo, mas venceu, contrariando a falta de eficácia dos jogos frente à Dinamarca.

Numa equipa inicial mais esclarecida (com 1 avançado não adaptado), embora enfraquecida ofensivamente pela saída de Simão logo quando o adversário se limitaria a defender, o 4-4-2 acabou muitas vezes por ser limitado por um Ronaldo demasiado descaído para ambas as faixas de terreno, deixando Liedson desgarrado entre os altos e possantes centrais adversários.
O golo cedo, em vez de tranquilidade, veio reforçar que a equipa joga sobre brasas, que Ronaldo está em péssima forma (complica, cai, reclama, complica, cai, falha golos, e por aí fora…) e que Queiroz não é o homem do leme!

Da noite europeia, realça-se ainda o empate da Dinamarca na Albânia que não deixará os dinamarqueses poderem perder no jogo frente à Suécia. Agora resta torcer por uma de duas situações, desde que Portugal vença 2 vezes com meia dúzia de golos à mistura – ou que a Suécia não ganhe em Copenhaga, ou então que a Dinamarca não vença em casa a Hungria.

Não está fácil, mas não está perdido.

7.9.09


Dinamarca 1 – 1 Portugal

Portugal fez ontem o 7º jogo da fase de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2010, arrancando a ferros um empate na Dinamarca, alinhando com:

PORTUGAL: Eduardo; Zé Bosingwa, Bruno Alves, Ricardo Carvalho e Duda; Pepe, Tiago (Liedson 45’), Meireles (Gomes 80’) e Deco; Simão (Nani 70’) e Ronaldo (cap.).

GOLOS: Liedson (86’)

Triste sina esta da Selecção, que voltou às lenga-lengas pré-Scolari das grandes exibições que redundam em empates e derrotas, dos ataques demolidores mas estranhamente improfícuos, dos melhores jogadores do Mundo que pouco ou nada jogam na sua selecção, das opções duvidosas, das substituições incapazes de disfarçar a panelinha, e do treinador objectivamente incapaz.


O Sporting e a Selecção

Numa convocatória surpreendente, Carlos Queiroz (CQ) chamou 4 jogadores do Sporting, algo que já não se via há muito, e que promoveu uma onda de elogios ao trabalho de Paulo Bento (?!?) no nosso clube, pese embora ontem se tenha percebido que a convocatório soou a bluff. Rui Patrício perdeu o seu lugar na selecção do seu escalão etário para ser promovido a 3º GR da selecção AA, Veloso não foi opção numa curiosa posição onde joga um central adaptado, Moutinho, pese embora a sua polivalência martelada por PB até à exaustão nem é opção para nenhuma das 4 posições que o novo 4-4-2 lhe confere, e Liedson… bom, Liedson…. é um caso aparte, voltarei a ele mais adiante.


A selecção e o Sporting

CQ descobriu 1 ano depois de ter chegada à FPF que o 4-4-2 em losango favorecia mais as características dos seus jogadores. Boa decisão? Parece que sim, pelo menos os jogadores parecem preferir.
Por cá, PB e JJ jogam de forma ‘teórica’ semelhante, mas com as tais assinaláveis diferenças nos actores – PB não tem nem laterais, nem médios que façam a diferença nas alas, e JJ promove futebol ofensivo com avançados de área e objectivamente finalizadores.
O resultado da selecção é bem melhor que o do Sporting, uma vez que consegue exibições bem melhores e resultados… iguaizinhos!
A grande diferença está entre as palavras ‘imaturidade e baixo orçamento’ e as palavras ‘ineficácia e penalties não assinalados’.

O jogo

Portugal jogou mais e melhor, frente a um adversário banal (aliás, todo o grupo é banal, embora a Suécia seja um pouco melhor que os restantes e possua o único jogador que teria lugar na nossa selecção – Ibra.) mas não conseguiu marcar golos, um problema que se arrasta há vários jogos, mas que CQ teima em atribuir a ineficácia doa avançados, aos árbitros que não assinalam penalties, aos GR adversários que são estratosféricos, e ao frio que faz, porque ninguém fecha a janela. Desta feita, acrescentou ao discurso a existência óbvia de bruxas.
Neste jogo, mesmo sem esse grande jogador que é Hugo Almeida, CQ chamou 2 avançados goleadores para se sentir mais confiante no banco de suplentes – o jogo dar-lhe-ia razão. Foi dele o mérito de ter lançado Liedson ao intervalo, e sem Gomes em campo nos últimos 10 minutos talvez nem o pressing final tivéssemos conseguido. E foi Liedson e mais 10, pelo menos a concretizar.
Parabéns Professor, também eu acredito que em 10 anos vai conseguir pelo menos um bom resultado. Pelo menos.


CQueiroz

Não percebo as críticas ao nosso seleccionador que se começam a fazer ouvir.
Goste-se do estilo ou não, o actual seleccionador avisou desde muito cedo que o projecto dele era para 10 anos, e para já está a cumprir. Demorou apenas 1 ano a perceber como os jogadores se sentiriam melhor, e para já ainda nem se vislumbram GR’s, defesas esquerdos ou avançados de valor médio para os próximos anos. Como não conheço a actual selecção de sub-16, desconheço se essa meta poderá ser atingida nos 10 anos que o Professor deseja.
Até lá, vamos poder contar com um avançado que sabe marcar golos, em princípio, para o resto deste apuramento, e para a campanha do próximo europeu. Se Ronaldo não fizer birra, pode ser que Liedson até comece alguns jogos na frente do ataque e se possa tornar num jogador efectivamente útil à selecção.
O discurso, esse, precisa de ser um pouco alterado, porque já começa a tornar-se previsível, e para discursos desses, já há um PB em Portugal. O seleccionador é incapaz de aceitar que tem um GR banal que nada acrescenta à equipa, um DE medíocre a defender (se calhar porque não é defesa!) um esforçado trinco que atrapalha o jogo ofensivo da equipa, e uma queda para escolher más opções para o ataque que chegam a roçar o propositado – Ronaldo só marca em Madrid de penalty, Simão é óbvio numa defesa de dinamarqueses, Liedson deve sentar-se no banco, e Nuno Gomes não merece mais do que 10 minutos. A culpa? Bom a culpa é do árbitro que não marcou um penalty flagrante (!?!) na 1ª parte que nos levaria a uma fácil goleada ante um poderoso adversário. E parar de bater no ceguinho, não?


Pergunta e Resposta

Se tivéssemos marcado primeiro, e mantido a vantagem, jogaria Liedson? Não, entraria Gomes perto do fim, e na conferência de imprensa destacar-se-ia a qualidade dos portugueses e a pouca ou nenhuma necessidade de recorrer a Liedson. E quem sabe o Levezinho pudesse estrear-se no derradeiro jogo frente a Malta…

O apuramento

Se utilizarmos uma máquina de calcular e fizermos contas atrevidas, veremos 3 vitórias em 3 jogos (depois de 2 vitórias em 7 jogos frente às poderosas Albânia e Malta!) e um derrota clara da Suécia em Copenhaga. Depois virá um play-off onde encontraremos a Irlanda do Norte, ou, com o muito azar que teima em nos perseguir, a Bósnia ou a Escócia. Não percam a fé, que o CQ também não…
.

1.9.09



Académica 0 – 2 Sporting CP

O Sporting fez ontem o 3º jogo para a Liga Sagres, na cidade de Coimbra, frente à Académica, alinhando com:

SPORTING: Rui Patrício; Pedro Silva (Caneira 73m), Daniel Carriço, Polga e André Marques (Saleiro 55’); Miguel Veloso, João Moutinho, Pereirinha (Vuk 45’) e Matias Fernandez; Yannick e Liedson.

Golos: Liedson (0-1, 64m), Yannick (0-2, 85m).

À terceira jornada, e depois de 9 longos jogos sem vencer, eis que o Sporting venceu pela 1ª vez para o campeonato, em Coimbra, por 2-0, com o regresso aos golos do seu jogador mais decisivo – Liedson.

Numa má partida de futebol, sobressaíram os momentos de classe, dos quais se destaca o golo de Liedson, num belo golpe de cabeça, depois do melhor trabalho individual do jogo, de Vukcevic.

Até aí a equipa tinha roçado a banalidade, realçando-se apenas um remate de Yannick, ainda no começo da 1ª parte, em lance individual.

Depois do 1º golo, a equipa melhorou o seu futebol, e num ápice a Académica ficou reduzida a 10, matando o jogo. A partir daí, e com o timoneiro a pedir rotação de bola, a equipa retrai-se e acabou por fazer o 2-0 num lance em que Saleiro, com calma, assiste Yannick para golo fácil.

Voltaram as vitórias, mas nem de perto nem de longe as boas exibições. As opções iniciais são, no mínimo, questionáveis, e a confiança dos jogadores anda pela rua da amargura. Para já, Liedson resolveu, o futuro a Deus pertence.


Paulo Bento
"Mesmo a ganhar e com um homem a mais, revelámos alguma incapacidade para segurar a bola, provocando até lances de bola parada que a Académica aproveitou para criar perigo"
“"A vitória pode ajudar a acalmar e serenar os jogadores.”

Não é fácil ver o treinador do Sporting a mandar os jogadores ‘circularem’ bola quando até estão em superioridade numérica, e a vencer apenas por 1-0… quando outros treinadores, mesmo a vencerem por 5-0 gritam do banco aos seus jogadores para continuarem a atacar, mas Paulo bento é Paulo Bento, e eu talvez até nem seja suficientemente sportinguista para criticar o que quer que seja, muito menos um treinador tão titulado, e de CV imaculado.
Fica um reparo – a vitória pode acalmar os jogadores, mas dificilmente acalmará os adeptos, pelo menos uma boa parte, enquanto a equipa conitnuar com este futebol miserável.