25.11.09

Com a visita ao Restelo, para defrontar o Pescadores da Costa da Caparica, iniciou-se novo ciclo na vida do futebol profissional do clube.

Carlos Carvalhal, o novo timoneiro, não promoveu muitas alterações (em especial nos nomes) mas já foi mostrando que quer uma equipa em 4-3-3, mais afoita ofensivamente, mais exigente com os laterais, de bola pelo chão, e com um meio campo lutador mas simultaneamente capaz de ajudar Liedson no ataque.

Embora o resultado mostrasse o contrário, o Sporting dominou claramente a 1ª parte, teve boas ocasiões, e acabou por sofrer um golo numa das únicas duas jogadas de perigo contrário, onde a habitual passividade defensiva de Veloso, um escorregão de Polga e um ressalto permitiram um remate bem colocado que deu golo.

Para a 2ª parte, uma simples mudança voltou a fazer o Sporting jogar com 11 (jogar com Grimi é pior que jogar só com 10), colocou Veloso onde mais rende, fez o mesmo com Moutinho (boa exibição do capitão, que pareceu outro!) e deu apoio precioso a Liedson, um pouco perdido no meio de 5 contrários.

Os golos apareceram com naturalidade, e a vitória poderia ter sido ainda mais volumosa.

Pela negativa, a expulsão de Tonel, e a ausência por castigo de Carriço que não deixou perceber se o jovem central será a solução para a posição 6 no futuro.

Segue-se o Carnide, ferido na asa por um Vitória defensivo, concentrado, rápido em contra-ataque, mas que pecou na finalização, e na pouca habilidade técnica na frente de ataque. A receita é simples no papel, resta saber anular Cardozo, e lançar o terror numa defesa adversária sem liderança.

No Restelo voltou a fica provado que com os melhores nas posições certas o Sporting vale muito mais do que parece, e que 4 reforços cirúrgicos poderão relançar os leões na luta pelo título (Desmarets, Sereno, Micael ou Assis e Carlão ou Danny seriam suficientes, apostando em Pereirinha para a ala direita).


19.11.09


Plantel 2009,5/2010

Este é um daqueles momentos que nenhum adepto gosta, mas em que todos dariam 2 semanas de vida para estar no lugar de Carlos Carvalhal, o Special Two, e mudar ‘tudo’ no Sporting.
Eu não mudaria tudo, mas apenas uma coisa aqui e ali.

De seguida será apresentado o plantel de PBento, disposto no seu inesquecível losango, e depois a minha táctica, que autorizo desde já a ser copiada por Carlos Carvalhal, que já me endereçou os parabéns por este blogue, e me incentivou a continuar a elogiá-lo, principalmente quando ele perder um ou outro jogo.

Como dispensava alguns jogadores, vou fazer o difícil exercício de contratar uns tipos baratos e jeitosos para preencher as lacunas das dispensas.

Ora vejam:



O novo plantel ficaria com 24 elementos. Nove novos jogadores e 1 promovido dos juniores. Sereno e Desmarets serão baratos uma vez que estão em final de contrato. Danny, não sendo essencial, poderia vir por empréstimo. Gutierrez também, mas com opção de compra. De Micael deveríamos comprar metade do passe (o exemplo do negócio de JAlves é perfeito…). O mesmo deveria acontecer com Fábio Faria. Hugo e Borges, ambos do SPaulo, estão a livres em Janeiro. Resta Buonanotte, do qual poderia ser comprada uma parte pequena do passe.

Se conseguíssemos meter o Miguel Veloso a alguém, o dinheiro quase dava para tudo. Os salários dos 10 dispensados seriam superiores aos dos reforços, não tenho a menor dúvida.

Deveríamos jogar com um trinco defensivo, capaz de auxiliar a defesa no jogo aéreo e permitir a subida de laterais ofensivos, que por sua vez permitiriam aos alas jogar preferencialmente pelo interior, no apoio alternado a Liedson. A frente de Carriço jogariam 2 médios box-to-box, um mais defensivo (aposição natural de JM28) e outro solto (preferencialmente Matias). Buonanotte e Danny poderiam jogar em qualquer uma das alas.

Carvalhal, agora é só treinar os meninos, e ganhar. Ganhar sempre.


17.11.09



The Special Two

O destino estava traçado desde 2001, altura em que o Special One (entretanto transformado em Il Speciale) delineou o destino de… Carlos Carvalhal. O Zé terá dito – “Se alguém me pedir um conselho sobre um treinador, o meu 1º nome será Carlos Carvalhal.”

Ainda amargurado por fazer parte do núcleo da recusa ao então jovem José Mourinho, agraciado por Luís Duque, José Eduardo Bettencourt, o presidente-espasmo a quem o futuro trará um lugar na História, e uma estátua em mármore (o cabelo assim o pede!), apressou-se a trazer para o nosso clube um treinador da escola de Mourinho.

Tentou Villas-Boas, num tiro no escuro apenas comparável ao da promoção do então técnico dos juniores Paulo Bento, mas esbarrou nas pretensões faraónicas da Associação Académica de Coimbra. Sei de fonte segura que a AAC pediu 1,2M€, mais a cedência definitiva de Saleiro e o empréstimo de Diogo Rosado e Wilson Eduardo, por época e meia, com salários pagos pelo Sporting, e que o Sporting contra-atacou, propondo à AAC, pela desvinculação de André Villas.Boas, 1,2M€, mais Stoijkovic, Abel, Tonel, Grimi, Marques, Veloso, Ângulo, Postiga e Saleiro, todos a título definitivo, mais o equatoriano Caicedo, por empréstimo até final da época em curso. O negócio envolveria ainda uma carta de recomendação para Paulo bento poder assinar pelos estudantes. A AAC recusou gentilmente.

Sem chegar a acordo por Villas-Boas, o Sporting virou-se para o quase-3º melhor técnico português da actualidade – Carlos Carvalhal. Escolha acertadíssima.

Depois de transformar Paulo Bento no melhor treinador português dos últimos 4 anos e meio, o Sporting viu André Villas-Boas chegar ao 2º lugar da mesma classificação, 2 dias depois de ser alvo da chacota pública de ser o treinador português, no activo, com menos derrotas para o campeonato (apenas 1 e no Dragão!), bastando para isso que tivesse engolido o desejo, e proclamado a vivos pulmões que está de corpo e alma no projecto-AAC.
Carvalhal não é ainda o 3º melhor português da actualidade, pois acabou mesmo por aceitar treinar o Sporting. Se não fizesse, já seria o 3º melhor, e quase o 2º, pois até Junho ficará sempre a ideia de que Villas-Boas poderá estar ao virar da esquina, a preparar o ingresso no Sporting, a custo-zero. Como é bonito o futebol.

Desejo a Carvalhal a melhor sorte do Mundo. Sempre o tive em consideração, principalmente depois de o ter encontrado na Fnac do Braga Parque, na secção de leitura. Não esperava este tipo de gostos de um ex-jogador da bola, agora treinador. Estudioso? Sei lá.

Vem aí um aperitivo frente aos Pescadores, e um prato forte contra o Carnide. A mim resta-me apoiar, e esperar que o Mister meta o Veloso a defesa esquerdo, e o Carriço a trinco. Não haverá possibilidade de estar no Restelo para a estreia, mas vou a Alvalade no sábado seguinte. Eu e mais 7 ou 8, todos de Braga, para ajudar a encher Alvalade de Leões.
E vou comprar uma camisola de Matias Fernandez, porque o rapaz joga que se farta. Só mando estampar o 14, mas fica o registo.
E vou também comprar as gameboxes do andebol e do futsal! Não devo conseguir ir quase nunca ver os jogos (Braga fica mesmo longe!) mas fica o gesto, e o apoio singelo às modalidades que tanto prezo no Sporting.



P.S. - para os que me acham tendencioso, fica o registo – Jorge Jesus não é o melhor treinador português, é o melhor espanhol, e o Real Madrid é o limite, e Jesualdo Ferreira, tal como Queiroz não é treinador, é Professor. De Mourinho não falo, enquanto não pedir desculpas ao Rui Jorge.



12.11.09


O meu treinador

Muito se especulou (e especula) sobre o próximo treinador do nosso clube.

Quem corre a blogosfera, em especial as dezenas de bons
blogues dedicados maioritariamente ao nosso clube, e as suas caixas de comentários, percebe em poucos minutos como é impossível que o próximo treinador do Sporting seja consensual.

Se por um lado, o nome de Sá Pinto para director desportivo, parece agradar a uma vasta maioria (e por vezes este consenso até se torna prejudicial…), as preferências sobre o treinador são divergentes.

De Manuel Cajuda a Manuel Machado, dois dos mais ‘fracturantes’, passando por Manuel José (o mais laureado dos Manéis) e pelo eterno Manuel Fernandes, todos os técnicos possuem características, e capacidades para trazer mais valias ao clube. No entanto, é inegável que alguns deles terão também limitações, e acima de tudo dificilmente devolveriama ilusão, a jogadores e principalmente adeptos, que, na minha opinião, é claramente o click que falta ao clube.

De nomes além-fronteiras, muitos e bons foram referenciados. Tenho dúvidas que algum dos referidos (exceptuando Co Adrieense e Scolari) optasse por vir para Alvalade (eu também gostaria de Marcelo Bielsa, de Juande Ramos ou de Rafa Benitez, mas sonho pouco!!!) nas condições actuais, e o natural desconhecimento do campeonato, poderia hipotecar uma rápida melhoria, com a condicionante adicional de o próximo jogo ser frente ao eterno rival.

Deixei para último André Villas Boas, que na imprensa de hoje é já a solução unânime. Será um treinador que devolverá a esperança, que conhece o campeonato e os adversários, e que poderá ter um futuro brilhante pela frente.
Romperá certamente com a pouca auto-estima que vagueia por Alvalade, e trará uma nova mentalidade.
Terá o meu apoio, como teve Paulo Bento durante 3 anos, e como teria qualquer outra escolha. Para mim o treinador do Sporting começa sempre por ser o melhor do Mundo. Mas não espero, venha quem vier, milagres.
Espero apenas Esforço, Dedicação e Devoção. A Glória virá como consequência. E seremos grandes, tão grandes como os maiores da Europa…


10.11.09

Mais uma jornada, mais um passo assente nesta aparente normalidade de más exibições, perdas de pontos, e consequente descida na classificação.
Em Vila do Conde, um início mexido, e um lance de classe de Matias pareciam ser uma amostra de mudança, que Postiga podia ter confirmado e um outro que Moutinho soube realizar, perante uma oferenda patética de um defesa vilacondense.

Ao intervalo, longe de realizar uma exibição de encher o olho, o Sporting era justo vencedor, por margem clara, e o adversário quase não tinha criado perigo. Nesse mesmo intervalo Leonel Pontes trocou o ‘inexistente’ Vukcevic, pelo inacreditável Ângulo.

Pior que trocar nulidade por nulidade, a mentalidade tacanha, a desconfiança nas próprias capacidades, e o useiro e vezeiro ‘controle de resultado’, marca profunda do legado de Paulo Bento, fizeram a nossa equipa jogar para trás e para o lado, recuar, e consequentemente expor-se ao adversário.

15 minutos bastaram para o Rio Ave empatar, e, reduzidos a 10, em mais um critério curioso do Senhor Artur Soares Dias, voltarmos a ir à procura do resultado.

Este Sporting não consegue jogar senão estando atrás do resultado.

É urgente mudar a mentalidade da equipa. É urgente acabar com os discurso de que os nossos jogadores são maus, e muito piores que os outros, porque ainda ontem eu não vi, sinceramente nenhum jogador no adversário que fizesse falta à nossa equipa.


6.11.09

Fim de ciclo

Terminou hoje, pela manhã um ciclo de mais de 4 anos, com Paulo Bento ao leme do nosso clube.
Usando palavras do próprio, o ciclo acabou (pelo menos) 4 meses depois. Mesmo sem se perceber porque razão PB afirmou já ter a decisão tomada, e mesmo assim ter entendido comandar a equipa frente ao Ventspils, o jogo ter-lhe-á dado razão, e a demissão surigiu nessa mesma noite, depois do ‘teatro’ no flash interview.

Já hoje, após as declarações de PB, o Presidente teve mais uma curiosíssima manifestação emotiva. Ficou a saber-se, pela voz do próprio, que jamais despediria PB, invocando 2 razões – valores e carácter.
Por estranho que possa parecer, JEB nunca falou de resultados, de exibições ou tão pouco de títulos.
Foi perdida, portanto, a oportunidade de saber-mos se JEB apreciou o futebol da equipa, se JEB considera aceitáveis 13 pontos em 23 possíveis, ou mesmo 9 golos marcados em 9 jogos, 5 deles em Alvalade. Em suma, sobre PB treinador, nem uma única palavra.

De forma inexplicável, pelo menos para mim, ficamos a saber que o treinador do Sporting era avaliado, única e exclusivamente pelo seu carácter. E justiça lhe seja feita, por esse prisma, concordo que PB seja dos melhores treinadores do Mundo, e a cobardia dos muitos que pululam no universo Sporting, permitiram que PB mostrasse o seu carácter até vezes de mais.

Embora não conheça a totalidade das pessoas que querem ser treinadores do Sporting, posso concluir que, a manterem-se os critérios na avaliação da equipa técnica, o treinador desejado para o nosso clube seja o Padre Vítor Melícias, com o Cardeal Patriarca de Lisboa como adjunto, Maria de Belém Roseira a directora desportiva, e Maria José Nogueira Pinto e Manuela Ferreira Leite no departamento físico.
Aproveito o momento para agradecer a Leonel Pontes pelo favor que nos faz (palavras do Presidente) em treinar o Sporting num período de transição. É de louvar que tão nobres assalariados do clube nos prestem tão grandes favores.

A penúltima palavra para os adeptos (como eu) deste tão grande clube, com mais de 100 anos de História – embora não tenham tido a fortuna de serem incluídos no discurso de agradecimentos de Paulo Bento, este clube continua, pelo menos nos próximos tempos, a ser vosso. Lutem por aquilo que um dia se escreveu – “Tão grande como os maiores da Europa!”, e não desistam nunca, nem tão pouco se deixem contentar com a mediocridade que teimam em nos querer servir, sob as mais variadas desculpas e justificações.

Despeço-me agora de Paulo Bento. Agradeço-lhe o esforço e a dedicação que sempre empregou ao serviço do clube, e a forma corajosa como o defendeu, quando nenhum responsável teve a seriedade de dar a cara pela equipa ou pelo clube.
Não o considero um bom treinador, mas tenho a certeza que procurou sempre o melhor para a sua equipa e para o clube.
Desejo-lhe as maiores felicidades, em qualquer clube, desde que claro, elas não interfiram com a felicidade do meu clube. Até sempre.



Inenarrável.
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3.11.09


Noite fria de domingo, empate simplório, agudizado pelo falhanço clamoroso no último minuto, que pouco ou nada mudaria no global, mas que teria o dom de aligeirar o discurso.
O Sporting não terá jogado tão mal como noutras vezes (o que é bem diferente de ter jogado bem, ou sequer a um nível aceitável), terá lutado mais (o que não é sinónimo de ter lutado o suficiente) e terá criado mais ocasiões de golo do que faz habitualmente (embora não tenha criada as suficientes).
O adversário marcou um grande golo (pese embora a passividade de Moutinho) mas também o Sporting marcou um grande golo (Matias) fruto de uma asneira dupla da defesa contrária.

No final, os assobios substituíram os aplausos com que os adeptos brindaram os jogadores durante 94 minutos. Uma manifestação curiosa dos 5% de adeptos do Sporting que habitualmente criticam por criticar, e desta vez estranhamente se mantiveram 94 minutos sem cometer qualquer acto terrorista.

JEB continua a defender o treinador (e está no seu direito, de Presidente eleito com 90% dos votos!), e o treinador continua a defender-se a si próprio, repetindo vezes sem conta que, mesmo não praticando um futebol de qualidade, as criticas dos adeptos são personalizadas, e que isso até é bom, porque deixa mais espaço para os jogadores.
Devemos pois concluir que a pequena minoria que não está contente com este Sporting, está essencialmente contra a pessoa JEB, a pessoa PB, e a pessoa PBarbosa. Hilariante. Os resultados e o futebol praticado é secundário.

O Sporting, por culpa de um orçamento que não permite contratar bons jogadores, e obriga, por exemplo, Moutinho a marcar (mal) todas as bolas paradas do jogo, por culpa de um plantel sem qualidade mas no qual não existia lugar para Hugo Viana, está no 7º lugar, com 13 pontos, a apenas 12 do líder, o SCBraga, cujo orçamento é muito maior que o nosso, e cujos jogadores são estrelas cobiçadas todas as semanas pela Liga Inglesa.
Continuamos na luta pelo título (matematicamente poderemos perder os próximos 10 jogos e ainda lutar pelo título, o que torna esta expressão uma das maiores falácias do momento) e, em palavras destacadas do próprio treinador, com um óptimo desempenho nas outras metas para esta época – somos 1º classificado destacado na Liga Europa, num grupo com os colossos Hereenveen, Hertha e Ventspils, e já despachamos o poderoso Penafiel da Taça.
Se alguém me dissesse hoje, que no início da época JEB tinha realçado a necessidade de aumentar a exigência perante os profissionais que representam o nosso clube, sorriria.

Numa perspectiva prática, 5ª feira consumamos o apuramento na liga Europa, e provavelmente em Vila do Conde voltaremos a ter enormes dificuldades em vencer. E depois vem o derby.

O autismo vigente no Sporting tem arrastado o clube para uma mediocridade gritante, agora também com a total passividade do Presidente. Não se vislumbram melhorias, muito menos medidas de qualquer espécie.
A única novidade são os terroristas, e a minoria tumultuosa que mora na corte, porque quem é de longe, apoia incondicionalmente. Eu sou de Braga.


Pelos vistos o Sporting vai ser o vencedor do campeonato nacional de juniores, 5 meses depois, quando até os próprios jogadores já se deviam ter esquecido do quão caricato foi a situação. Eu não estou contente, nem triste – por mim, todos os que atiraram pedras e puseram a integridade física de alguém em perigo deveriam ter sido presos e julgados, e o jogo deveria ter sido reatado, ou repetido no dia seguinte, sem a permissão de entrada da claque encarnada que desencadeou a situação vergonhosa.