
JEB dixit
O domingo passado foi ‘incendiado’ com a revelação de declarações do Presidente do Sporting, José Eduardo Bettencourt (JEB).
Embora a maior parte dos adeptos e associados as tenham lido depois do empate cedido frente ao Belenenses, elas foram proferidas antes do mesmo.
O domingo passado foi ‘incendiado’ com a revelação de declarações do Presidente do Sporting, José Eduardo Bettencourt (JEB).
Embora a maior parte dos adeptos e associados as tenham lido depois do empate cedido frente ao Belenenses, elas foram proferidas antes do mesmo.
“O fundo de investimento do Benfica é uma vergonha, em que se avaliam jogadores como o Javi García em 17 milhões de euros e juniores que ninguém conhece em 5 milhões. Com metade do orçamento ficámos quatro anos à frente do Benfica. Com muito menos dinheiro investido, com muitas menos condições, conseguimos sempre ficar à frente de uma equipa que investe muito no seu plantel, todos os anos. Temos metade do orçamento dos nossos rivais mas, continuamos de cara lavada e com a nossa dignidade intacta”
JEB, in Record
JEB comete um conjunto de erros assinaláveis, em duas dúzias de segundos, num discurso que nem preparado pelo Rui Santos sairia pior:
- cataloga erradamente um produto financeiro aprovado pela CMVM
- reincide no discurso medíocre de que basta ficar à frente do benfica para termos uma época positiva
- esquece-se de completar a última frase com “… continuamos de cara lavada e com a nossa dignidade intacta, mesmo que para isso tenhamos abdicado nos últimos 4 anos de querer ganhar títulos, e agora sequer jogar um futebol apetecível…”
O que me leva a escrever estas linhas não é o discurso de JEB como um todo, muito menos a sua errada linha de orientação, mas tão somente uma reflexão sobre o produto financeiro que o benfica constituiu em ‘parceria com o BES’ e do qual é, obviamente, o principal beneficiado.
Voltando uma dezena de anos atrás, verificamos que os fundos de investimento de jogadores de futebol não são caso virgem no nosso país. Pasme-se, o próprio Sporting já teve um, e dele fez parte o seu jogador mais mediático da última década – Cristiano Ronaldo. E JEB já por lá andava.
- cataloga erradamente um produto financeiro aprovado pela CMVM
- reincide no discurso medíocre de que basta ficar à frente do benfica para termos uma época positiva
- esquece-se de completar a última frase com “… continuamos de cara lavada e com a nossa dignidade intacta, mesmo que para isso tenhamos abdicado nos últimos 4 anos de querer ganhar títulos, e agora sequer jogar um futebol apetecível…”
O que me leva a escrever estas linhas não é o discurso de JEB como um todo, muito menos a sua errada linha de orientação, mas tão somente uma reflexão sobre o produto financeiro que o benfica constituiu em ‘parceria com o BES’ e do qual é, obviamente, o principal beneficiado.
Voltando uma dezena de anos atrás, verificamos que os fundos de investimento de jogadores de futebol não são caso virgem no nosso país. Pasme-se, o próprio Sporting já teve um, e dele fez parte o seu jogador mais mediático da última década – Cristiano Ronaldo. E JEB já por lá andava.
Embora me pareça que JEB sabia bem o que queria dizer, mas não se soube exprimir, a realidade é que os argumentos utilizados mostram apenas que JEB não se dedicou sequer a recordar o fundo de jogadores do Sporting, e a tirar dele as conclusões necessárias – algo que provavelmente a equipa de analistas do BES fez.
Recordando o nosso exemplo, que contou com conhecidos nomes como Ronaldo, Jardel, Viana, Niculae ou Custódio é curioso verificar que os únicos negócios realmente lucrativos para o fundo de investimento foram conseguidos através das participações parciais em passes de jovens jogadores que estavam longe de serem certezas. No cenário inverso, o fundo foi incapaz de retornar o investimento feito noutros jogadores, como Jardel, e em especial Niculae, que 4 anos depois de assinar pelo Sporting saiu a custo zero do clube, originando uma perda de 100% ao fundo de investimento.
Sob esta perspectiva, talvez sejam no futuro ‘os juniores que ninguém conhece’ que venham a salvar este fundo de investimento cujo passado mostrou ser de risco elevado.
A ideia de criar um fundo de investimento é, à partida, óptima para o clube que o consegue. E digo óptima, porque necessita de confirmação através dos valores atribuídos aos passes dos jogadores, mas à priori, será sempre positiva. No exemplo do Benfica, o clube arrecadou mais de 22M€, que, por exemplo, pagou toda a época de contratações, e permitiu ao clube encontrar valores que venham num futuro próximo a sustentar o crescimento dos jovens de tenra idade.
Aquilo que deveria preocupar JEB é a incapacidade de o Sporting, detentor da melhor Academia de talentos do país, e clube consecutivamente representado maioritariamente em selecções jovens (agora até em selecções estrangeiras…), conseguir cativar uma instituição financeira a fazer o mesmo com os seus jovens talentos, por forma a criar as tais ‘receitas extraordinárias’ que o clube é incapaz de gerar de outra forma.
Se isto acontecesse, talvez todos pudéssemos deixar de ouvir o discurso miserabilista de que estamos no caminho certo, do saneamento financeiro, do equilíbrio orçamental, quando na pratica, esse discurso apenas desvaloriza os erros de treinador, jogadores e direcção, e mantém o Sporting impedido de lutar por reais objectivos que sejam dignos da História do clube, dos quais é principal exemplo a Liga Sagres.

2 comentários:
Mas se não fosse o JEB a fazer estes comentários, não tínhamos ouvido esse grande LFV a dizer e cito: "Esse senhor não nos ensina nada... a boca morre pelo peixe" AHAHAHHAHAH A BOCA MORRE PELO PEIXE é muito bom!
A TSF cortou essa maravilhosa parte do discurso (lampiões), mas no Rádio Clube Português não!
Saudações,
Mig
Mig,
a RTPN também passou essa expressão infeliz, mas vinda de quem veio, numa situação em que mostrou até nervosismo, não espanta. :)
SL
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