
Torna-se perfeitamente ingrato toldar um texto no dia posterior à melhor exibição do Sporting em meses (e provavelmente única verdadeiramente positiva!) ao simples detalhe de uma ‘ligeira’ mudança.
Das muitas melhorias do jogo de quinta-feira, é injusto considerar que a substituição de Grimi por Veloso (e mais a entrada de Saleiro) tenha sido o único factor decisivo no arranque para os golos, mas as coincidências são enormes para se disfarçar a situação e considerar que as alterações do ‘novamente’ Special Two (até quando? Domingo?) Carlos Carvalhal foram actos de pura sorte.
Tal como era óbvio antes deste jogo, pulalam no Sporting variadíssimos jogadores de nível medíocre, provavelmente fora de forma, e sem o mínimo de classe, talento ou sequer potencial para envergarem uma camisola histórica do futebol português. Depois da retumbante vitória e qualificação de ontem, os mesmos jogadores continuam lá.
Se a alguns (como Liedson, Moutinho, Izmailov ou Carriço) se aceitam jogos menos bons sob o pretexto de abaixamento de forma, e a outros (como Adrien, Patricio, Pereirinha ou Saleiro) se denota potencial futuro e carinho pelo percurso na formação, outros há aos quais não se descortina razão lógica para a sua inclusão no plantel, ou pior ainda no 11 habitualmente titular.
Pelo menos 3...
Dos titulares de ontem há 3 nomes incontornáveis (embora em situações bem distintas) a referir. Abel já teve 2 boas épocas em Alvalade, e provavelmente gozará hoje de um misto de experiência, com incapacidade de PSilva, adicionada à indisponibilidade de João Pereira. Não nego que gostaria de ver Pereirinha ser alternativa a Pereira (porque poderiam alternar sem ter que alterar muito a disposição táctica) mas aceito que Abel poderá ser a solução menos má, pelo menos até Junho.
Yannick tem uma velocidade estonteante (a não-velocidade de Neville também ajudou…) mas falta-lhe tudo o resto – recepção de bola, qualidade de passe e remate, e acima de tudo discernimento nas jogadas ofensivas. Ontem, mesmo bajulado por comentadores que premeiam velocidade como se de uma prova de 100m planos se tratasse, Yannick voltou a deixar a nú todas as suas reais limitações, para mim imcomportáveis para um jogador de topo. Há 3 anos pensava que se poderia fazer deste jovem um bom valor com treino e alguma maturidade – hoje já nada espero.
Grimi é o mais limitado jogador que passou pelo Sporting que tenho memória. Incapaz de dar sequência a uma jogada, por mais simples que ela seja, é medíocre a defender e inexistente a atacar. É pior que Caneira ou Pedro Silva. Provavelmente até Polga ou Carriço fariam melhor a posição. Compará-lo com Veloso é como chamar a um copo de água choca, um Quinta da Bacalhou de 2007 (mesmo que Veloso já pudesse ser hoje um defesa esquerdo de classe mundial e continue a insistir em ser um banal número 8 disfarçado de 6…).
Em 5 minutos, Veloso fez pela esquerda o que todas as semanas fazem Álvaro Pereira, Peixoto, Coentrão ou Evaldo – adiantou-se, criou superioridade, desmarcou-se e esperou uma tabela, e até se deu ao luxo de rematar, e bem, inaugurando o marcador. Mesmo na frente da eliminatória continuou a atacar, a sair a jogar, a cruzar a preceito e a integrar-se no ataque.
Quero 2 laterais que joguem à bola!
Mesmo correndo o risco de ter que actuar com Yannicks e Saleiros (ou mesmo com Liedson fora de forma, e de feitio irascível) a grande diferença neste Sporting será a capacidade de jogar com Pereira e Veloso nas laterais, aproveitando o futebol simples e a disponibilidade de Mendes, para não inventar no miolo.
O próximo adversário será o Atlético de Madrid, que não sendo um bicho papão tem um ataque muitissimo melhor que nós, e acima de tudo outra bagagem internacional. Se jogarmos organizados, e formos uma equipa, eu acredito.
P.S. – Que me desculpem os que não querem retirar o Porto da corrida pelo título, mas eu quero que o meu clube vença SEMPRE! E se isso der a vitória final ao Carnide, tanto se me dá… Domingo quero a vitória, se possível marcando 5 golos, e aplaudindo um golo de Falcão…

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