21.2.10


O jogo de Olhão foi apenas mais uma etapa nesta longa e penosa agonia em que se transformou uma época que começou mal, e nunca mais se endireitou.

A favor do vento na primeira parte, e frente a um adversário que será provavelmente pior que nós nas bolas paradas defensivas (!?!) ainda conseguimos 4 lances de golo fácil, todos desperdiçados em zona frontal da baliza (aqui incluo de boa fé as 2 oportunidades de Yannick, mesmo tendo consciência da baixa probabilidade deste em acertar sequer com a baliza, seja de que local e maneira for…).
No segundo tempo, e com o vento pela frente, mais um cansaço indesmentível em Mendes e Matias, pouco ou nada fizemos. Com 2 jogadores fortes fisicamente no banco (Vuk e Adrien) Carvalhal colocou os ‘duros’ Pereirinha e Postiga, estranhamente sem sucesso.
Valeu o oitavo empate em 20 jogos.

Neste momento, mais do que rebater os problemas recorrentes, temos que olhar para a frente e separar o trigo do joio, de forma a tentarmos reaproximarmo-nos a o mais possível do topo da Liga já em 2010/11, tarefa difícil (se juntarmos a pouquíssima qualidade do plantel e as debilidades financeiras) mas não impossível (basta ver o exemplo simplista que Carlos Freitas deu este ano com o SCBraga).

A figura que se segue tem como principal propósito imaginar o que seria colocar 5 jogadores da equipa que quase todos consideram a melhor do mundo, a jogar com 6 jogadores do Sporting que ontem foram titulares. E a grande questão é simples- teria este 11 hipóteses de lutar para ser campeão em Portugal?




A minha resposta é um rotundo não, mesmo que Iniesta não o mereça. Alguém tem de perceber rapidamente que do actual plantel só meia dúzia de jogadores tem qualidade (e desses alguns terão que sair pela sustentabilidade do balneário, e pela vertente financeira…) e que urge encontrar alguém que refaça um plantel com um treinador que acrescente qualidade e mentalidade combativa e ganhadora aos jogadores (e que o apimente com jovens que tenham REALMENTE potencial e queiram MESMO jogar no Sporting).

Discurso gasto
Carvalhal chegou ao Sporting bem intencionado e (tive oportunidade de o escrever aqui) com um discurso bem preparado que rendeu alguns frutos. A equipa recomeçou a ganhar, mas a inconstância dos reforços (Pereira apareceu muito bem, mas Pongolle chegou e lesionou-se, Mexer ainda nem jogou e Pmendes já chegou tarde e desajustado fisicamente…) e a limitação real dos restantes elementos do plantel (acrescida às lesões de Liedson e Izmailov) destruiram a ténue dinâmica que o Special Two acrescentou à equipa.
Como se não bastasse, quem dirige o clube considerou que Liedson era indispensável, mas Sá Pinto não fazia falta nenhuma, o que de alguma forma deu a entender aos restantes que existem jogadores no Sporting que estão acima de todo e qualquer espírito de equipa, e que muitos ainda suspiram pelo fantasma de PBento. Sai a perder o Sporting, que perdeu Sá Pinto e transformou Liedson num problema irreparável que só um grnade Mundial do Levezinho conseguirá resolver.

JEB irá a tempo?
Tenho muitas dúvidas que com esta época desportiva, e todos os anti-corpos na brigada do croquete, JEB venha a ser a solução do problema – mas gostava de o ver romper com o passado, trazer para o clube quem perceba de futebol, e acima de tudo, quem saiba jogar com as mesmas armas dos adversários.

A importância da Liga Europa
Só o mais delirante dos adeptos poderá pensar que o Sporting tem reais possibilidades de chegar longe nesta Liga Europa. Se neste momento seremos eventualmente inferiores ao Everton, e em verdade os podemos eliminar (mesmo que precisemos de realizar um bom jogo, e esperar por uma exibição menos conseguida dos toffes) a realidade éque de seguida poderemos encontrar um debilitado Atlético de Madrid, com exibições irregulares, e que terá certamente um nome que poderá levar os nossos atletas a transcenderem-se.
Mas mais do que os oitavos-de-final ou os quartos-de-final, o jogo da próxima 5feira terá o condão de permitir ao Sporting continuar com a ilusão de algo nesta época, perdidas que estão todas as outras competições. Haja fé.


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