21.3.10

Izmailov vs SportingCP

É difícil dissociar a eliminação do Sporting na Liga Europa sem escrever sobre Marat Izmailov, e sobre a sua não presença na equipa, nomeadamente no 11 inicial.

Injusto seria, no entanto, atribuir a culpa da eliminação ao simples facto de o russo não ter jogado, ainda para mais quando o jogador foi dos menos fulgurantes quer em Madrid, quer frente ao Vitória.

O que a seguir escrevo é completamente ausente de um gosto especial por qualquer das partes, pois se há algo que estes 32 anos de sportinguismo me ensinaram é que não há nada nem ninguém mais importante que o clube, e que o tempo dos Manuel Fernandes e do amor à camisola não é mais do que uma agradável saudade.
Tenho a opinião de que Marat Izmailov é dos melhores jogadores que compõem o actual plantel do Sporting. Para mais, goza da quase inexistência de jogadores com as suas características, e capazes de desempenhar as mesmas funções que ele, o que o torna num quase indiscutível, mesmo padecendo consecutivamente de lesões, quase desde que chegou ao clube.
Sobre Costinha quase não tenho opinião. Sei e já sabia, porque nunca foi segredo, que Costinha era sportinguista de pequeno. A sua postura no Porto só o engrandece, pois foi sempre um grande profissional, tal como aconteceu na selecção portuguesa, onde chegou como um perfeito desconhecido numa equipa de estrelas. Se será ou não um bom director desportivo, só o futuro o dirá.

A situação ocorrida no dia de jogo decisivo é difícil de analisar. Marat não se sentiria confiante (segundo o que foi dito, e nunca contrariado!) e recusou jogar (aventou-se a hipótese de jogar infiltrado, algo que foi peremptoriamente refutado pelo Dep. Médico, e que Marat não pôs em causa). Colocou, respeitosamente, os seus interesses acima dos do Sporting. Não condeno, embora considere que tal decisão deve pesar em futuras opções, e fazer os responsáveis decidir se um jogador com estas características deve ou não estar no clube.
Costinha terá reunido todas as partes e optou por retirar o jogador da convocatória (o que vai de encontro ao pedido do jogador). Este, indelicadamente e em opção inversa por exemplo à de Carriço, terá apressadamente saído da concentração na Academia, e nunca mais voltou.

Paulo Barbosa, para não variar
Do dia do jogo para cá, Marat já terá faltado a pelo menos 2 presenças em Alcochete, tendo o seu empresário tentado justificar uma delas.
Costinha, e bem, voltou a falar e objectivamente disse não perceber porque razão o russo não atendia sequer o telemóvel.
O empresário, numa postura claramente conivente, nada disse sobre a localização do jogador, ou sobre alguma justificação para a situação, defendendo-se apenas de que o jogador não se sentia confiante para jogar.

O futuro
No cenário actual, parece óbvio que o caminho de Marat em Alvalade chegou ao fim. Por outro lado, Costinha, para o bem ou para o mal, terá tomado a mão no balneário, e parece reunir condições (até pelo discurso) para cortar a direito nos problemas que têm assolado a equipa, já antes da chegada de Carvalhal. Os bufos, os amuados, os meninos mimados poderão ter os dias contados.

Costinha em tarefa hercúlea
O ‘Ministro’ não terá tarefa fácil, e mesmo tendo pulso firme, dificilmente consigirá no actual cenário económico/desportivo do clube inverter a tendência de autodestruição em que nos encontramos.
Se prestarmos atenção, facilmente constataremos que o plantel possui uma dúzia de jogadores que não fazem falta nenhuma (e alguns deles a ganhar demasiado), e que nos desportivamente mais valiosos residem os principais problemas disciplinares.
A excepção abriu-se com Moutinho. Por decisão directa de PBento nada aconteceu ao jogador, com a agravante de este ser o capitão.
Pouco tempo depois, e até aos dias que correm, a cada novo período de transferências, Veloso faz questão de mostrar que está a prazo no clube, e que almeja novos desafios. O que faz o clube? Nada.
Stoijkovic e Vukcevic são outros 2 exemplos. O GR foi desperdiçado, e o extremo joga sempre sobre brasas e mostra-se incapaz de voltar ao redimento que já teve, sendo continuadamente acusado de ser o principal bufo do balneário.
Liedson ganhou o duelo ao anterior director, e ‘no paso nada’ disciplinarmente ao avançado que até marcou dias depois para a Taça da Liga.
Marat, até esta altura considerado dos mais profissionais no clube afinal também fez das suas.

A questão que se coloca é – ‘Que jogadores servirão para começar 2010/11?’. Costinha, e o novo treinador terão a palavra.

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